quarta-feira, 21 de junho de 2017

17-06-2017 Genealogia do Ciborgue - Hari Kunzru

1- Boas Vindas ao Taison. Convite para as Inscrições do Congresso Educação Física Escolar Semef-USP, até 10 de Agosto e irá ser realizado no dias 10 á 12 de Novembro. Convite para o congresso Rebescolar.

2- Livro antropologia do ciborgue - In: SILVA, Tomaz Tadeu. Antropologia do Ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. Capítulo: ciborgues: o corpo elétrico e a dissolução do humano

Capítulo genealogia do ciborgue

O encontro avançou mais um capítulo do livro Antropologia do ciborgue, o qual trabalha com “o que estou acontecendo”, ou seja, o corpo interligado por redes dentro de nós.
Teve início a conversa com o novo integrante do grupo o Taison, dizendo que tudo que está ao nosso redor são Apps nossos, os quais não conseguimos mais viver sem, mudando completamente o jeito de ser e fazer as coisas. E Rubens contínua, que não necessariamente precisa ter algo metálico no corpo para ser considerado um ciborgue. Sendo assim, para ser um ciborgue basta estar em “conexão”/“atualizado”/“online”. Isso pode ser desde um marca-passo controlando os batimentos cardíacos até um celular que se encontra no seu bolso, ou seja, pode estar interno no corpo ou externo. Mas sempre são coisas que faz parte da vida e faz com que as pessoas sintam certa dependência, necessidade de interagir com a realidade através de algo tecnológico. Assim, existem vários tipos de ciborgue.
Na era ciborgue, o que difere das demais vem a serem essas informações a todo o momento, e Wellington diz que nessa era, o corpo do homem já é uma máquina e com instrumentos torna ainda mais poderoso esse ciborgue e sendo assim, criamos a coragem, ou melhor, a forma de se comunicar por meio dessa era, sendo entre esses ciborgues que pertencem a esse momento. E João diz, o ciborgue é feito do fluxo de informação, e nessa visão dificilmente se escapa um ciborgue, uma reprodução seletiva. A tecnologia invade os corpos e os corpos se abrem para essas informações.
As redes aceleram o processo de informação e também aceleram outros pontos sem dúvida, e o acesso a determinadas informações acessa quem quer, é como uma manada, você sai dela avisa que estão indo para o caminho errado, mas é o único no sentido oposto, assim escolhe o caminho que te faz feliz e saber o porquê está indo naquela direção.
Quando mencionado sobre as redes sociais, entrou em pauta a discussão sobre o porquê de o celular tirar tanta a nossa atenção, a ponto que boa parte do nosso tempo dedicamos a verificar as “notificações” e a vida passa a ser bem mais pautada por uma rede social do que a própria vida. Tudo isso, sendo um bombardeio de processos que produzem subjetividade, porque nas redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat etc., você passa a navegar por essas redes, mas o acesso é sobre a vida das pessoas e você fica “online” para saber o que o outro está fazendo, alterando a sua própria subjetividade.
O resultado é limitar ainda mais o controle a razão do ser humano e mergulhando numa irracionalidade subjetiva. Os sujeitos são, portanto controlados e a rede social leva para onde quiser, porque através de uma manchete que pode ter lido, já passa a defender o que diz ao invés de saber a fundo a história, assim fica preso no que foi visto, e acaba enxergando o que você quer ver, ou melhor, o que a rede social quer que você defenda, acaba comprando o que é passado.
Isso é característico da geração atual que é a Z, que, por exemplo, não ligam a TV e sim acessam o YouTube e tem o que quiser ao vivo. Vitor define tudo isso que está sendo discutido como sendo o quarto poder fragmentado e continua dizendo que tudo isso são dispositivos de subjetivação. Como por exemplo, o assunto política que antes era pouco difundido, e devido as redes sociais é comentado a todo instante.
Rubens relata que estamos seduzidos pela lógica de produção e consumo, você só é alguém se produz e por consequência possui um sonho de consumo, tudo que a gente gosta vira mercado, tudo mediado por dinheiro, a grande massa possui um único objetivo que é consumir, e através do ciborgue você é bombardeado por instrumentos que você deseja infinitamente.
No ciclo da vida todos são agenciados, e Vinicius diz que somos surfistas que seguem as ondas, porque existem diversas ondas com conhecimentos, mas esperamos a moda e deixa a onda te levar, sendo assim o ambiente/espaço/cibercultura te agencia.
O texto apresenta uma forte afirmação que o conceito de biopolítica de Foucault é débil, porque o ciborgue não precisa de mais disciplina, somos agenciados pela cibercultura (redes sociais), produzindo desejo o suficiente para continuar nos rumos da produção/consumo.]
Por fim, após a apresentação de um vídeo do Ponde trazido pelo João que tratava da cibercultura, concluímos que as redes sociais dão voz às pessoas que não possuem relevância temática, mas que a internet canaliza opiniões performáticas de tal forma que as pessoas adquirem desejo e admiração, criando muitos seguidores, o que nem sempre é construtivo para o debate político.
A tecnologia tudo reconstrói, tudo remodela e nada é natural!


“A tecnologia não é neutra. Estamos dentro daquilo que fazemos e aquilo que fazemos está dentro de nós. Vivemos em um mundo de conexões – e é importante saber quem é que é feito e desfeito.”

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