Neste encontro lemos o livro citado no título, com foco especial no
capítulo 2 e 3. Isso se deu pelo fato do primeiro capítulo ser dedicado à
explicação da sociologia sistêmica, enquanto que o foco do grupo neste é a
história da Educação Física. Abaixo alguns aspectos comentados na reunião:
O primeiro pilar da EF: movimentos nacionalistas ginásticos
Ao longo da história do homem, formas de atividade física -considerada
esta de forma ampla - e mesmo de Educação Física, surgiram em todos os
momentos, em maior ou menor grau, com maior ou menor institucionalização.
Entrementes, desconsiderando-se a Antiguidade Grega, foinas últimas
décadas do século XVIII, e em especial durante o século XIX, que
a Educação Física experimentou um decisivo impulso no sentido de sua
sistematização e institucionalização como uma forma de educação no mundo
ocidental. O epicentro deste desenvolvimento foi a Europa, onde ocorreram, no
continente, os sistemas ginásticos, e na Inglaterra o movimento esportivo,
e daí espalhou-se por todo o mundo.
Este processo deu-se num momento histórico de grandes mudanças
políticas, econômicas e sociais, e com elas relaciona-se,sofrendo também a
influência do novo pensamento pedagógico do século XVIII, com o advento
dos chamados educadores naturalistas e filantrópicos.
O segundo pilar: o movimento esportivo inglês
A Educação Física adentrou o século XX com modelos forjados durante o
século passado e experimentou notável expansão e penetração social,
especialmente o esporte enquanto instituição social autônoma, que carreou para
si enorme importância política e econômica. O fenômeno esportivo tem levado
pedagogos, sociólogos e filósofos nas últimas três décadas a denunciarem o
caráter mistificador do esporte e a questionarem a sua real utilidade para a sociedade,
o seu valor educativo e sua integração na Educação Física sem qualquer tipo de
reflexão pedagógica.
Os períodos da EF no Brasil
1850-1930: apesar de prevista na lei imperial, somente foi praticada no
colégio Dom Pedro II no Rio de Janeiro.
1930-1945: uma confluência de interesses inicia o processo de ginásticas
nas escolas brasileiras
1945-1969: a EF como suporte ideológico estatal tendo como bastião o
esporte.
1970-1986: a busca pela redemocratização e a crise de identidade na
área. A crítica ao modelo piramidal de compreensão do esporte e lazer (em
oposição ao modelo de subsistemas)
O autor vê dois campos em tensão na EF Escolar: os teóricos
estruturais/funcionalistas/positivistas x os
materialistas/históricos/dialéticos.