Mulher
na história da Educação Física
A
adequação da Educação Física direcionada à mulher se fez necessária à mudanças
em seu processo histórico, levando em consideração suas características
biológicas e principalmente sócio-culturais.
Era
viável que em nossa sociedade a prática da Educação Física pela mulher fosse
designada diretamente à preparação de seus corpos para uma gestação perfeita,
dona de casa forte e esse papel era reforçado por leis e decretos da época.
A
mulher era caracterizada por um comportamento submisso e servil, e sua inserção
na prática da Educação Física era justificada apenas pela necessidade de
prepara-las para a imagem de mãe estigmatizada
pela sociedade.
E
hoje, embora a luta pela inserção de “uma nova mulher” na educação Física seja
constante, existem ainda discursos que se opõem. Há muita luta pela frente.
Mariana Xavier e
Camila Conhe
Educação
Física e Militarismo
A
Educação Física tem suas origens marcadas pela influência das instituições
militares, pois precisavam desenvolver um indivíduo forte e saudável para
defender o país.
O
método inicialmente utilizado era o Francês e posteriormente foi o método
Alemão.
A
Escola da Educação Física foi criada inicialmente pelos militares.
A
Escola da Educação Física depois de muita luta, conseguiu seu ingresso na USP,
pois na época havia muito preconceito, porque achavam que a Educação Física era
puramente muscular e não intelectual, não merecendo abrigo nas instituições
superiores.
Novamente
com a ajuda/imposição dos grupos militares, a Educação Física foi aceita no
nível superior, mas não no mesmo patamar dos demais cursos.
Em
um dos depoimentos há um comentário de que teve um rebuliço de fazer estudo de
um novo currículo, de tornar a Educação Física obrigatória.
Há
um pensamento também que “quem está ligado ao esporte, raramente se interessa
por política”.
No
depoimento da professora Maria Lenk, ela deixa claro que essa ajuda toda dos
regimes militares é porque o regime militar se preocupa sobre tudo, com a
higidez e a aptidão física, por estarem os militares sempre atentos ao risco de
uma nova guerra.
Beatriz e Rosana
Medicina,
Higiene e Educação Física
O
texto fala sobre a eugenização da raça brasileira, da influência médica e
estereotipação do comportamento social e familiar. Onde há um “modelo de uma
nova família brasileira” a ser seguido e que a educação física e saúde corporal
não era exclusiva dos militares, mas associada aos médicos tratava a medicina
social e índole higiênica, ditavam um modelo a ser seguido.
No
livro também é cito o autor Foucalt, relatando que “a medicina era técnica
geral da saúde mais que serviços de doenças e curas, também importantes no
âmbito da política e do poder, organizando as famílias”. Era mais higienista e
menos terapeuta.
Citando
a ideia de Freire Costa, mostra o Higienismo em destaque e a competência
médica. A família era vista como incapaz de proteger a vida de crianças e
adultos, pois havia um alto índice de mortalidade infantil e precárias
condições de saúde. A solução seria causar uma revolução nessa família
abordando a educação física, moral, intelectual e social, cultivar o gosto pela
saúde, eliminar velhos hábitos de desordem higiênica.
O
corpo passou a ser visto como saudável, robusto e harmonioso e opositor ao
corpo relapso, flácido e doentio do indivíduo colonial. Isso acabou
representando a classe de uma raça e incentivou o preconceito e o racismo
excluído aqueles que não tinham o modelo anatômico construído pela higiene. A
intenção agora era desenvolver a hereditariedade da raça branca.
Gláucia Ganzarolli
Educação
Física, Ditadura e Esporte
No
período ditatorial, a educação se pautava em um tecnicismo. Basicamente, a
ideia era aumentar a produção industrial e, para tanto, seria necessário
qualificar a população.
A
contribuição da Educação Física nesse contexto estava relacionada à produção de
um corpo que suportasse o ritmo de trabalho e produzisse com eficiência.
É
um período também em que ocorre a ascensão do esporte, que esta ligado a uma
ideia de patriotismo. Também atendia com eficácia aos interesses da classe
dirigente em relação a extinção de questionamentos contrários ao regime em
roga.
Wellington
Industrialização,
Educação Física e Trabalho
A
educação Física nesse momento da história tinha seu objetivo em melhorar as
aptidões físicas dos trabalhadores para melhorar o desenvolvimento econômico do
país. Onde os funcionários das empresas privadas eram estimulados a praticar
esportes e fazer exercícios físicos nos horários de folga e com esse costume
melhorar sua saúde física. Ou seja, a Educação Física era uma ferramenta para
dominar ainda mais a população de massas, pensando na saúde do trabalhador para
produzir mais e não para o bem próprio do trabalhador.
Jorge e Clayton
Ética
colonial e Educação Física
A
ética colonial e a Educação Física, no texto, se encontram ao passo que a
colônia fazia uso da educação física , ou do militarismo para o desenvolvimento
da segurança pública, e não apenas para isso, também fez valer a higienização
da população tendo em vista exercer o poder sobre a população por meio da
medicina.
Toda
essa ética e pensamento de poder e controle esta, até hoje, no centro das
discuções na área da educação Física com um ramo advindo do militarismo e das
ciências biológicas não apenas no profissional, mas a sociedade em geral.
Por
fim, se fez necessário voltar nossos olhos as ciências sociais para abranger
assuntos referentes a sociedade no momento histórico atual.
Marcos Martinez
Bases
teóricas de Lino C. Filho
O
autor é marxista declarado e isso fica claro quando ele usa conceitos como luta
de classes, ideologia, reprodução, dominantes, pedagogia histórico- crítica,
etc! entretanto, chama a atenção alguns trechos que escapam das temáticas
marxistas clássicas, como a questão da mulher na Educação Física e na sociedade
brasileira e as citações de Michel Foucault.
Enquanto
as ideias de Foucault são usadas de forma reduzida, somente para apoiar a ideia
de um estado opressor, ou seja, capturar para a lógica marxista da
estrutura/superestrutura, a questão de mulher é uma grata surpresa no estudo.
Pode-se dizer que, dentro de uma pesquisa marxista, a questão da submissão da
mulher fique em segundo plano.
No
mais, o autor compreende o mundo como dividido em classes, sendo que uma delas detém
o meio de produção e o capital, consequentemente dominando a outra, proletária.
Essa, por sua vez, não esta por melhores condições pois esta ideologicamente
convencida dos valores dominantes, incutidos através de mecanismos como a educação,
o militarismo, a higienização, etc.
Rubens Gurgel
Tendências
apontadas pelo autor
O
autor há quase 30 anos, já apontava as seguintes tendências para a Educação
Física: Biologizante, Psicopedagizante e Cultural.
Na
biologizante estão as aulas com foco nos aspectos biológicos do corpo. Nesse
sentido, a educação Física educa e cuida desse organismo.
A
psicopedagizante incluía os aspectos psicológicos na educação do corpo, como a
cognição, afetividade e socialização.
Por
fim, a cultural seria aquela que questionava a atividade das anteriores,
situando o homem historicamente, combatendo a suposta neutralidade da educação,
lutando por um mundo com melhores oportunidades para todos.
Rubens Gurgel
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