quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

08/12/2018 - Encerramento do Semestre - MOSSI, Cristian Poletti. Teoria em ato: o que pode e o que aprende um corpo?




TEXTO:  MOSSI, Cristian Poletti. Teoria em ato: o que pode e o que aprende um corpo? Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. especial, p. 1541-1552, dez., 2015.
Sugestão audiovisual: Filme "Na natureza selvagem" (2007).

O encontro de hoje, foi coordenado pelo membro do nosso grupo, João Pedro, ele também ficou responsável em fazer um resumo do texto, para facilitar a leitura para os iniciantes. Ao chegarmos na sala, havia algumas imagens e frases sobre a multiplicidade de corpos, que João colocou e, também ele nos pediu para que levássemos alguns “gatilhos” do texto (palavras e/ou frases) para colocarmos na lousa.
Começamos dizendo alguns dos gatilhos, para colocar na lousa, e foi divido como nos tópicos que o autor utilizou no texto, sendo eles: o que pode e aprende um corpo? Corpo fendido; Corpo-sem-órgãos. Nossa discussão girou em torno desses três eixos, colocado pelo autor e, conversa bastante com o estamos estudando, a aprendizagem inventiva.
Elder mencionou, “a Educação – escrita assim, em caixa alta –, a Grande Educação, Educação Maior, focada na aprendizagem de conteúdos fechados, e não ao sabor dos encontros que por ventura podem instigar o pensamento a pensar, como nos propõe Deleuze (2006), parece ter nos feito esquecer que temos corpo”. (MOSSI, 2015, p. 1543).
Logo relacionamos essa Educação Maior, com as práticas dos currículos tradicionais, que desenvolvem conteúdos fechados, e não dão passagem as potências dos encontros e muitas das vezes parecem fazer esquecer que temos corpo, ou simplesmente ignoram.
Welinton citou o trecho de Gallo (apud MOSSI, 2015, p. 1544) “aprender é sempre encontrar-se com o outro” e o outro não seria necessariamente outra pessoa, e sim com qualquer objeto que nos tornamos sensíveis. Nessa perspectiva, tudo emite um signo, e o aprender é sempre um encontro com o signo, assim, encontramos uma nova pista da aprendizagem inventiva, que é um trabalho que está sendo desenvolvido pelo professor e mediador do grupo, Rubens e os iniciantes científicos.
Após isso, Rubens apontou, segundo Mossi (p. 1544) “aprende-se o tempo todo, aprende-se com o corpo inteiro”. Deste modo, pensamos que, aprender é sempre construir outro corpo e sempre aprendemos de corpo inteiro. Todavia, temos uma forte influência do pensamento de Rene Descartes, que fragmenta coisas para se pensar, tomemos como exemplo as disciplinas que temos nas instituições.
Mais à frente, entramos no tópico do corpo fendido (conceito criado pelo autor) e para explicar esse conceito, o autor expõem o exemplo do suicida. Neste exemplo, o que menos nos importa é a figura do suicida, porém, ao abstrairmos essa ideia entendemos que, um suicídio seria como ser atravessado por intensidades e vazar, por exemplo: ao ato de um sujeito sair vestido com uma determinada roupa que não está habituado, podemos entender com uma vazão de fendas. Para Mossi (2015) à Educação Maior, tenta fechar o maior número possível.
Ao discorrer do encontro, entramos no tema de corpo sem órgãos, que se conversa bastante com o filme proposto ao encontro. Compreendemos que, um corpo sem órgãos é um corpo em constante movimento, que em busca de se liberar das amarras impostas. No filme, “Na natureza selvagem” o personagem principal, Chris McCandless, após terminar a graduação em direito, abandona a vida que estava habituado e, vai morar na natureza, em busca de um desprendimento.
Como de costume, fizemos uma reflexão de como foi o semestre, os textos e vídeos discutidos, em geral o pessoal gostou bastante de estudar essa perspectiva sobre a aprendizagem, e foi decidido continuar por esse caminho. Desde modo, leremos para o próximo semestre o livro do Sílvio Gallo, Deleuze e Educação, passaremos o semestre todo lendo-o, sendo dividido ler até a metade nas férias e após isso será dividido por capitulo.
Foi decidido também que, algum membro mais velho do grupo seguirá fazendo um resumo do texto, para que os iniciantes, caso queiram, consigam ler um texto mais curto e didático e coordenará o encontro. Abaixo está, algumas pistas da aprendizagem, extraída do encontro:

·         Aprender é sempre um acoplamento maquinico;
·         Aprender é sempre um encontro com o signo;
·         Aprender é sempre construir outro corpo;
·         Aprende-se com o corpo inteiro;
·         Aprendizagem é sempre uma ordenada intensiva de atravessamento e passagem;
·         Aprendizagem é sempre a produção de diferença;
·         Aprendizagem é produção de Copo Sem Órgãos das fendas do corpo, escape, linhas de fuga. (micro/macro política).

Assim, encerramos nosso encontro e mais um semestre, que foi bastante produtivo e desejamos a todos um ótimo natal, fim de ano e boas festas. Até 2019!