terça-feira, 12 de dezembro de 2017

09/12 Encerramento 2 sem 2017 - Texto Matrix

No dia 09/12 estivemos reunidos para o último encontro desse semestre com o intuito de discutir o texto recentemente aprovado dos companheiros Moska, Clayton e Rubens. Eu, João Pedro, redijo essa ata. Devo dizer que essa reunião foi de especial dificuldade em relação à escrita desta, pois não seguimos uma linha de raciocínio “com clareza” e diferentes conceitos foram expostos para a melhor compreensão do texto. Diferentemente das outras já escritas neste semestre, tentarei me ater tanto ao que foi falado, como também sobre as minhas impressões e interpretações do debate no dia e em relação ao texto. Portanto, advirto que todos os pontos aqui elencados fazem parte, estritamente, da minha visão de descrição do encontro.

·         BORGES, C. C. de O.; VIEIRA, R. A. G.; CASTRO, V. Pensar a contemporaneidade de outros modos: contribuições da perspectiva foucaultiana e deleuze-guatarriana.
·         Opção em vídeo: Curta Modernidade Revolutions. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=J4ND1ks3tfA

Rubens iniciou falando sobre um dos objetivos do grupo: a preparação e o comprometimento do grupo em ajudar para o ingresso no mestrado (com revisão de projeto; orientações sobre o tema; quais linhas e universidades se encaixam melhor naquilo que @ candidat@ se interessar e etc.). Também apontou um caminho fértil para cada um que queira seguir por essa área. Lembrando que essa é apenas a exposição de uma possibilidade com base naquilo que @s integrantes se mostram interessados, não é, de forma alguma, a única alternativa. A saber:
Leandro: Estudos Culturais e a sua possibilidade de articulação com o Hip Hop, tema já de seus trabalhos anteriores.
Vinicius: Cibercultura e a sua articulação com os games e a realidade escolar.
Wellington: Já tem um projeto completo, o qual caberia na linha 3 da UFSCar, ou no GEPEFE, grupo de estudos da Universidade de SP (USP), liderado por Marcos Garcia e Mario Nunes.
Moska: Será coagido a inscrever-se nos próximos processos seletivos.
Entrando propriamente no tema do texto Rubens apresentou as ideias dos escritos e de onde vieram as inspirações. É sabido que o insight para a sua construção teve seu início com o companheiro Moska que percebeu na trilogia Matrix uma possibilidade de articulação com temas velhos conhecidos nossos, mas nem por isso muito claros em nosso pensamento: pós-modernidade; pós-estruturalismo; identidade e diferença e etc. Ao meu ver, toda a nossa discussão girou em torno da explicação desses conceitos que, claro, não podem ser completamente abordados em anos de carreira acadêmica, quem dirá em duas horas de reunião.
Para tanto, farei um exercício (que pode ser chamado de esboço) onde tentarei, de forma muito simples, em poucas linhas, dentro do meu entendimento, abordar sinteticamente estes conceitos.
Comentário de início: uma coisa que precisa estar clara em nossa mente ao adentrarmos este campo é que, dificilmente, um autor considerar-se-á um pós-moderno ou um pós-estruturalista. Seus livros não começarão com o subtítulo de “este é um texto pós-moderno”. O movimento que é feito é o de aproximação de suas ideias com o contexto pós-moderno, por exemplo: “Tal autor é considerado um pós-moderno”.
Contudo, essas respostas, aproximações, linkamentos, muitas vezes não são feitos de forma clara; ainda por cima, o autor pode ser considerado em fases diferentes como é o caso de Foucault, que é considerado um estruturalista no início de seu trabalho e um pós-estruturalista no final (e rejeitador de qualquer um desses enquadramentos) o que acaba dificultando qualquer tipo de divisão.
O mesmo acontece com outros campos: Estudos Culturais, deleuzeanos, “ciberculturalianos” (para citar referências do grupo) – nenhum virá com legenda. Como saber de onde derivam, então? Só o tempo de leitura, acompanhamento, e reconhecimento de conceitos comuns ou criados lhe trará uma escassa clareza. Talvez pareça um pouco complicado, mas é um movimento mais natural do que se imagina.
Pós-modernidade: ao meu ver, esse movimento, independentemente da área em que esteja situado (filosofia, artes plásticas, cinema, literatura), tem como característica principal o questionamento das metanarrativas (LYOTARD, 1979). Por esse termo, dentro deste esboço, entende-se qualquer explicação que tente dar conta do todo, propor um universal.
Autores modernos de diversas áreas inclinavam-se seriamente à possibilidade de pensar o todo: o sujeito, a educação, as leis, etc. Suas teorias tinham como característica, se abordadas as leis, por exemplo, de criar metanarrativas em relação a estas e contribuir para a construção última de uma constituição que regesse a todos os homens e mulheres de todos os lugares.
No entanto, o que fazia com que agissem com tamanha pretensão? Pelo fato de estarem confiantes na capacidade racional do ser; por entenderem a história de forma linear, ou seja, quanto mais tempo passa, mais evoluímos; por acreditarem que como “civilização pensante”, “tecnológica”, localizavam-se em estágio mais evoluído do que outras; e outros motivos.
Nietzsche, o possível, e considerado com cautela, precursor do pensamento pós-moderno, em seus escritos colocava em dúvida essa grande verdade esperada. Ao não aplicarmos as grandes verdades, as grandes metanarrativas sobre esses assuntos citados acima, temos a dimensão sobre o quão importante torna-se a teorização pós-moderna que procura não se apoiar em argumentações com fins últimos: e por isso pós-moderna. O que não inflige em relação de superação, mas localização diferente na geografia do pensamento. Seria um tiro no pé dizer que o pós-moderno superou o moderno. Superou por quê? Aproximou-se mais da verdade última?
Pós-estruturalismo: não há uma definição categórica. Diferentemente do “pós-moderno”, se perguntarem-me uma definição de pós-estruturalismo não saberei dizer. No entanto, vou utilizar do exemplo dado no encontro para tentar situar o que é, ao meu ver, essa corrente teórica. Foi dito que um dos argumentos de oposição ao pós-modernismo seria: “proponha para um pós-moderno que se jogue em frente a um ônibus em movimento para ver o que acontece com a sua dúvida sobre a existência da realidade”.
Acredito que aqui esteja uma característica chave do pós-estruturalismo: a desconstrução. Não se trata da dúvida sobre a realidade material, tampouco se o ônibus existe em matéria física ou não. O questionamento é em relação a contingência do conhecimento, as relações de poder que orientam, os vetores de força que constituem o discurso de que aquilo seria um ônibus.
Em outras palavras, duvida-se de uma essencialidade de qualquer objeto, uma cadeira por exemplo, que possa afirmar que aquilo é de fato, em verdade única, em realidade, uma cadeira. São considerados as relações de poder constituidoras dos discursos que validam o conhecimento sobre algo ser uma cadeira: prega-se a separação entre signo, significado e significante.
Desse ponto de vista, a “realidade verdadeira e última” nunca é alcançada e disso a dúvida sobre um dia alcançarmos qualquer “realidade”. Foucault escreveu sobre a arbitrariedade dos conhecimentos em relação ao louco – um místico, um portador de conhecimentos esotéricos, algo que deve ser excluído, preso, tratado, etc. Escreveu sobre a possibilidade de construção do sujeito e anunciou “o fim do homem” como o conhecemos, sugerindo suas inevitáveis novas perspectivas. Por promover esse tipo de desconstrução e, claro, outros motivos, é considerado um autor pós-estruturalista.
Identidade e diferença: para essa exploração, tentarei me ater, muito brevemente, dentro da perspectiva dos Estudos Culturais. Na minha leitura, a identidade pode ser vista em relação à dois processos não isolados: “identificação” e “identidade validada”. A identificação está relacionada ao sujeito que se identifica com um determinado grupo, discurso de um determinado grupo, atitudes de um determinado grupo e assim por diante. A identidade validada é, dentro das relações discursivas e de poder, aquele grupo que possui a validação. A identidade só pode ser pensada em grupo, pois determinado grupo deve ser validado, ou identificamo-nos com determinados grupos. Atualmente e dentro de um pensamento conservador, qual seria a “identidade validada”? O branco, o macho, o heterossexual, o cabelo liso, etc. Podem ocorrer “identificações” com essa identidade? Sim, claro! Podem não haver identificações com essa identidade? Sim, claro! Dentro desse contexto de não-identificação é que se entende a diferença: aquilo que escapa à norma. Quando “diferença” for usada nesses termos conceituais é, ao meu ver, em relação ao que escapa à identidade.  Quando foi citado que o movimento homossexual tenta, de certa forma e também não enfraquecendo a luta pelo reconhecimento, se equiparar a identidade em relação ao casamento, é porque o casamento monogâmico, regido por um padre ou um pastor, faz parte da “identidade validada”. Poderíamos apenas não casarmos. Mas seríamos diferença.
Contemporaneidade: considerado o período atual, iniciado após a revolução francesa de 1789 – válido para o Ocidente.
Michel Foucault (1926-84), Gilles Deleuze (1925-85) e Felix Guatarri (1930-1992): filósofos franceses contemporâneos. Recentes pesquisas realizadas por alguns membros do grupo são provindas de suas inspirações. Deleuze e Guatarri mantiveram uma parceria em consideráveis produções de suas obras.
Estudos Culturais: a origem de um centro com esse nome (Centro de Estudos Culturais Contemporâneos) ocorreu na Inglaterra por volta dos anos 1960, apesar de sua fundação estar inspirada em produções realizadas por volta de 1950. Stuart Hall (1932-2014), teórico fundamental para o GEPEF, assume sua liderança em 1969. Seus (e outros) estudos sobre cultura, virada linguística, identidade e diferença, influenciam profundamente nossas produções.
Perto do final, discutimos sobre as possibilidades de leituras e novas contribuições para o semestre que vem. Listo aqui as contribuições oferecidas:
·         Leandro: para as férias, a leitura do livro Documentos de identidade – Tomaz Tadeu da Silva.
·         João: aprofundamento em um quadro teórico, ou conceitos de um teórico.
·         Rubens: continuarmos com as análises da produção do grupo e convidar pessoas que não participam do GEPEF para que possam contribuir com suas áreas de pesquisa.
·         Clayton: acha interessante a possibilidade de chamar pessoas que não participam do grupo.
·         Vinicius: disponibilização de textos base para a compreensão de alguns conceitos aqui esboçados e outros.
Antigamente, terminávamos com uma frase motivacional do companheiro Moska. Dessa vez o apelo será um pouco menos emocional e mais sugestivo. Para terminarmos o semestre, a sugestão é de que assistamos o vídeo abaixo e possamos contra-argumentar algumas proposições de Newton Duarte: autor que alega abertamente contra a pós-modernidade. Mas, claro, aos que não quiserem posicionar-se de maneira oposta, mas sim concordar, firmo aqui o meu apoio e incentivo! São deixadas algumas sugestões do autor para que possamos refletir.

 - Impossibilidade de superação da sociedade capitalista pela perspectiva socialista.
 - O pós-modernismo contribui para acreditar que acabou a história, não superaremos o capitalismo.

Por fim, desejo a tod@s um feliz natal, próspero ano novo, e que possamos voltar no semestre que vem para continuarmos construindo um GEPEF cada mais forte!!


terça-feira, 24 de outubro de 2017

21-10-2017 Cultura, Estudos Culturais e Educação Física

No dia 21 de outubro, estivemos reunidos na ACM Jd. São Paulo para mais um encontro do GEPEF/FEFISO, e o sequente debate do texto “Cultura e Educação Física escolar”. Eu, João Pedro, realizo a transcrição das atividades e discussões do grupo neste referido dia.
O grupo contou com um número um pouco reduzido de participantes do que o esperado rotineiramente: acreditamos que pela mudança de local e pelo Sábado chuvoso. No entanto, tivemos a primeira participação de Gabriela do primeiro período da manhã.
Logo de início, Rubens comentou sobre os processos de mestrado e ressaltou a importância para os presentes que tinham interesse em algum processo seletivo para essa modalidade de pós-graduação. Foi lembrado do nosso “convênio” com o GPEF/USP e a afinidade de nossos temas com o grupo de São Paulo. Neste Sábado, nosso encontro teve um formato um pouco diferente, já que o grupo precisava ocorrer no mesmo polo que aconteceriam os jogos interclasses da faculdade e Rubens necessitaria se ausentar por 1 hora do encontro, deixando a apresentação do texto, que era de minha autoria, e a “condução” da discussão sob nossa responsabilidade. Por isso, vale ressaltar que essa ata terá também um formato um pouco diferente, tendo um aprofundamento das discussões um pouco reduzido devido à falta de algumas anotações que eu normalmente faria se não estivesse conduzindo a apresentação do texto: para a escrita deste texto, recorro apenas as minhas memórias e algumas anotações que tive durante as conversas e anteriormente a elas.

“- LOPES, J. P. G.; VIEIRA, R. A. G. Cultura e Educação Física Escolar. Revista Brasileira de Educação Física Escolar, Ano II, V1 - Jul. 2016.
- NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Contribuições dos Estudos Culturais para o Currículo da Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, vol.33, n.3, Porto Alegre, Julho/Setembro, 2011.
- Opção em vídeo: “Cidadão Kane” – Disponível em: http://filmescult.com.br/cidadao-kane-1941/ 
- “Além do Cidadão Kane” – Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=049U7TjOjSA&t=148s

A dinâmica tinha o intento de ser outra das que já tinham sido aplicadas: a primeira ideia era de que @s companheir@s trouxessem suas interpretações, impressões, dúvidas e etc.; a segunda ideia era de que tudo isso fosse comentado e as dúvidas fossem tratadas da seguinte forma: se não houvesse linkagem com o texto, seriam respondidas de imediato; se houvesse linkagem com o texto, seria comentada no decorrer da exposição; se não houvesse resposta, perguntaríamos ao Rubens, que havia se ausentado para este início em decorrência do interclasses.
De início, o companheiro Leo contribuiu com alguns comentários e questões que foram debatidas antes do início do texto e que serão elencados aqui de maneira bastante objetiva:
·         Sobre a sua impressão de que o multiculturalismo possa agregar as aulas de maneira a evitar a constância das aulas que apenas “rolam a bola” ou que as crianças entrem, desenvolvam algo sem significado e voltem para as suas aulas.
·         As aulas poderiam estar embasadas na cultura local de determinada região onde a escola se localiza? – Sim, a aula pode estar baseada na cultura local e é justamente essa a proposta do Currículo Pós Crítico cunhado por Neira e Nunes (2009)[1], o qual é bastante diferente do tradicionalismo que já conhecemos e que exige um aprofundamento e apropriação bastante grandes.
·         Com o conhecimento e desenvolvimento disso, eu, como professor, qual a minha ideia de aula e como eu desenvolvo isso? – Divido em duas respostas diferentes: como professor do ensino básico e médio não tive uma experiência satisfatória da minha prática e logo, por opção própria, decidi por recusar as minhas aulas. Sobre o que eu penso d@s professor@s e d@s alun@s em aula, a resposta divide-se também entre os dois: em primeiro lugar, ao recusar as aulas escolares práticas, permaneço fora do escopo para opinar sobre como a prática deveria ser ou deixar de ser, no entanto, acredito que ambos, professor@s e alun@s, devam encontrar significados positivos em suas práticas, e isso pode ser alcançado com todos os diferentes currículos já utilizados, não só o Pós Crítico.

A companheira Eliza também contribuiu com alguns comentários e perguntas diretas, dentre elas, exponho uma, a qual considero que foi melhor explorada:

·         Como se dá a escolha dos autores base e como identificar os antagonismos presentes nas visões da cada um? – A escolha dos autores bases deu-se mediante a participação do grupo e a leitura dos primeiros textos que falavam sobre “o que era a Educação Física”. A posterior exploração do quadro teórico e a exposição ou não de suas visões e teorias antagônicas só se dá mediante a leitura e o conhecimento de diferentes autores, o que leva tempo, pressupõe diferentes leituras, participação de debates e conversas. Vale lembrar que, ao publicar esse artigo, tivemos a preocupação de “refinar” o quadro teórico com o menor contraste possível em relação aos autores. No entanto, ao escrever o meu TCC (de onde originou-se a publicação), também utilizei autores que “não conversavam” entendendo que estaria acrescentando ao meu referencial teórico: apenas com todos esses processos e no decorrer do tempo pude ir diferenciando.
Sobre a apresentação do artigo, teci alguns comentários de anotações que havia feito antes do encontro acreditando que poderiam servir de conversa esclarecedora com aquel@s que leram e não leram o texto. Como dito acima, a escolha dos autores deu-se através das leituras do grupo em seus primeiros encontros que debatiam sobre o “que era, afinal, Educação Física”. O não consenso dos autores sobre o tema me chamou a atenção e apontei o estudo para esta vertente. Ao meu ver, o que poderia estar influenciando esta distinção da Educação Física já que ela não era igual e nenhum lugar? Cheguei ao argumento da cultura e, logo, enveredei o estudo para a relação entre as duas áreas: cultura e Educação Física.
Comentei que a ideia não seria realizar um traçado histórico sobre os termos, mas que apresentaria muito brevemente as duas, fazendo apenas as relações fundamentais do texto. Para tanto, apresentei quatro livros bases para a construção do artigo e para as discussões do grupo para aquel@s que tenham interesse em dar prosseguimento ao assunto:
·         Educação Física, currículo e cultura – Marcos Garcia Neira e Mario Luiz Ferrari Nunes
·         A Noção de cultura nas ciências sociais – Denys Cuchê
·         Documentos de identidade: uma introdução às teorias de currículo – Tomaz Tadeu da Silva
·         Educação Física progressista – Paulo Ghiraldelli
Ao abordar o primeiro termo que seria o da cultura, exponho algumas de suas interpretações e momentos passados para o seu sentido polifônico hoje: passamos pela sua etimologia, pelo seu sentido francês, seu sentido alemão, antropológico e dos Estudos Culturais. Reforcei que acredito ter cometido um erro no trabalho – a exposição desses conceitos favorecendo o entendimento de forma evolutiva e em escala de se alcançar o “verdadeiro sentido”. É importante lembrar que todos eles existem, todos são entendimentos e, talvez, o sentido francês ainda seja muito mais utilizado apesar de ser o primeiro sentido dado à cultura fora do cultivo e desenvolvimento dentro da agricultura, a primeira relação entre cultura e civilização e seu status “culto ou inculto”, bastante criticado pelas outras apropriações, principalmente a dos Estudos Culturais.
Ao definir a cultura para os Estudos Culturais como uma disputa dentro das relações de poder pela validação discursiva da própria cultura (e essa discussão pode ser vista na relação exposta pela Sarah e os sapatos que um educador físico deveria usar ou não), procuramos explorar essas relações dentro da Educação Física escolar e do seu currículo. Se é que seria possível “tabelar” esse tipo de relação, tentarei mostrar a ideia do artigo dentro da tabela abaixo como forma de resenha.

Currículo Higienista
Ascenção do Capitalismo; Inchaço populacional; Doenças proliferadas.
Militarismo
Ascenção dos militares sobre as oligarquias rurais; Era Vargas.
Escola Nova
Queda de vargas e dos militares; Manifesto dos pioneiros da educação nova
Esportivismo
Nova tomada de poder dos militares no formato de ditadura; esporte como espelho de um país desenvolvido.
Psicomotricidade e Desenvolvimentismo
Queda dos militares; Novos estudos biológicos e psicológicos.
Educação Crítica
Aumento da influência dos teóricos marxistas; ideais modernos ainda bastante presentes
Educação Pós Crítica
Aumento da influência de teóricos “pós”: marxistas, estruturalistas, coloniais, modernos, os multiculturalistas e etc.

Perto do final, retomei uma discussão já conhecida pelos integrantes do grupo, expondo o porquê de acreditar que seja um terreno fértil para novas pesquisas e suas possíveis implicações culturais e como isso pode mudar drasticamente tudo o que conhecemos por educação e Educação Física, seguindo as dicas históricas que absorvemos com o desenvolvimento dessa pesquisa: as novas tecnologias da informação; internet; cibercultura; ciborgues e etc. Para todos àquel@s que se interessarem por esse tipo de pesquisa, estamos abert@s para novas conversas e possíveis produções.
Agradecemos por mais um encontro, e esperamos tod@s para o último encontro do grupo que, como é de praxe fazemos nossa confraternização, abrimos espaço para apresentações e aproveitamos um café da manhã diferente! Até o próximo, GEPEF!




[1] NEIRA, Marcos Garcia, 1967- Educação Física, currículo e cultura / NEIRA, Marcos Garcia; NUNES, Mario Luiz Ferrari. São Paulo: Phorte, 2009. 288 pág.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Terceiro Encontro 2º Semestre 2017 - Hip Hop e Estudos Culturais

No dia 30 de Setembro de 2017 estivemos reunidos pela terceira vez na FEFISO – ACM/CENTRO, com o intento de discutir sobre o artigo do colega Leandro Fontão que fala sobre a tematização do HIP HOP dentro do currículo escolar, ancorado nas propostas do currículo cultural, elaborado por Marcos Garcia Neira e Mario Luiz Nunes, docentes responsáveis pelo GPEF-USP. Neste encontro, foi registrado também a presença de uma nova integrante no grupo: Sara, primeiro período. Eu, João Pedro, registro essa ata.
Texto Principal: CAMARGO, L. F. P.; VIEIRA, R. A. G. Hip Hop: Movimento Cultural que movimenta a Educação Física. Rebescolar - Rev. Bras. Educ. Fís. Escolar, Ano III, V. 1 – Jul. 2017
Texto Complementar: NELSON, TREICHLER e GROSSBERG. Estudos Culturais: uma introdução. In: SILVA, T. T. Alienígenas em sala de aula. Petrópolis: Vozes, 1995.
Opção em vídeo: “A 13 emenda”.
Dica para Neflix: Documentário em vários capítulos “Hip Hop Evolution”.

Como de costume, Rubens fez a introdução do tema com estes citados acima e com outros como, por exemplo, suas impressões no recente congresso da CONFEF que esteve presente e uma pequena explanação sobre o que seria, afinal, os Estudos Culturais. Devido ao caráter extremamente vasto deste conteúdo, opto por colocar em tópicos alguns temas que foram apresentados de forma a não relacioná-los e, criar assim, um texto mais conciso.
Como forma de aprofundamento, para os interessados, sugiro a terceira parte, capítulo 8, do livro “Documentos de identidade – uma introdução às teorias do currículo” onde o tema dos Estudos Culturais é abordado novamente:
·         Os Estudos Culturais (E.C) nascem de uma proposta de contestação da concepção de alta/baixa cultura, assunto explorado por dois importantes textos de dois teóricos envolvidos na sua criação que relatam diferentes visões: a cultura operária como forma de produção cultural e a literatura não elitista.
·         Stuart Hall, o teórico mais influente dos E.C, assume a direção do grupo alguns anos após a sua criação, no lugar de Richard Hoggart, escritor de um dos textos mencionados que deram origem ao grupo - mais precisamente o texto sobre literatura.
·         Os E.C não podem ser vistos como uma coisa única: seu teor é, no mínimo, multidisciplinar pela quantidade de assuntos que é capaz de abordar.
·         Para nós, o tema que repetidamente levamos em consideração é o da “cultura” que, na visão dos E.C é constituída por um enfrentamento entre significados. A cultura é um espaço de luta pela validação de significado. Isso implica, no mínimo, dois tópicos extremamente importantes: 1) todos os “artefatos” são criações culturais; 2) toda validação é feita por intermédio das relações de poder, daí a luta por esse “poder validatório”.
O encontro tem início com a apresentação do companheiro Leandro sobre o seu TCC, que relaciona o HIP HOP com a prática escolar, mencionando suas possibilidades e intenções. Abre contando a história do HIP HOP, alguns marcos dos anos 60, sobre seus elementos – a saber: Rap, Break Dance, DJ, Grafite, Conhecimento, Beat Box, Streetball – e, por fim, nos apresentou um vídeo do rapper Rincon Sapiência. Logo após, abriu para o debate em relação ao HIP HOP e o currículo escolar (debate bastante voltado para a prática):
·         Lourenço: apresenta sua fala em relação às rinhas que contém um conteúdo vexatório e a possibilidade de se trabalhar isso com as crianças dentro das escolas.
·         Moska: intervém de forma a dizer que o “higienismo discursivo”, na medida do possível, não deve ser feito, caso contrário, não estaríamos fazendo aquilo que é proposto: apresentando uma manifestação cultural diferente, de interesse, ou emergencial, por completo, mas extraindo apenas o que é de interesse. Logo, poderíamos problematizar isso à luz dos E.C: quem possui o poder dessa higienização discursiva? Quem escolhe o que deve ou não ser apresentado de uma criação cultural?
·         Wellington: nessa mesma vertente reforça que o intento é chegar o mais próximo da realidade daquelas produções para que sejam apresentadas de forma mais complexa possível. Pergunta também se outros relatos de HIP HOP, que não sejam do GPEF, se aproximam ou divergem em suas práticas.
·         Leandro: diz que divergem bastante, e que é comum o uso de conteúdos tecnicistas em relação à dança e o streetball, como a formulação dos passos e a execução dos dribles; nada relacionado a um “aprofundamento cultural”.
·         Lourenço: questiona se a rinha crítica pode ser utilizada como uma forma de reflexão em relação ao professor e ao aluno. Uma espécie de produção sobre o que o aluno acha positivo ou não nas aulas e sobre o professor.
·         Rubens: lembra que as atitudes enquanto professor surgirão de determinado contexto, e que não há uma fórmula pronta para se trabalhar isto ou aquilo – apenas com a vivência prática os problemas e possíveis resoluções serão encontrados.
·         Massari: “Você trabalha em escola elitista, currículo esbranquiçado. Esse pessoal que lá está, que crescerão e se tornarão da elite, que conhecimentos você acha que eles poderiam ter para enfrentar os problemas sociais? Eles serão oprimidos ou opressores? Como você vê isso acontecendo, ou como você pretende fazer isso lá? Já tentou? Será que o trabalho da resistência é importante para eles? ” (pergunta literal)
·         Leandro: afirma que ainda não conseguiu trabalhar esse contexto do currículo cultural, mas tenta fazer alguns trabalhos de abordagens historicistas, de produção desse tipo de cultura. Comenta que alguns pais ficam realmente chocados, e que os próprios alunos tomam choques de realidade.
·         Rubens: em relação à pergunta do Massari, argumenta que, na visão dele e do currículo cultural, apresentar determinados conhecimentos, em determinados contextos, para que os horizontes possam se abrir e novas escolhas possam ser feitas: sejam elas de conservar determinado estado, ou mudar para um estado diferente.
·         Adriano: pergunta se os Rep’s[1] que foram criados a partir das aulas do Leandro continham um palavreado diferente do que é acessado pelos alunos.
·         Leandro: diz que foi criado uma espécie de Rap pedagógico.
·         Massari: levanta a questão de que, independente da letra, o próprio ritmo já é uma forma de resistência, no entanto, no papel de professor, devemos mediar algumas palavras e ações, já que existem diversas outras coisas em jogo e finaliza com uma questão bastante interessante: no futebol os termos usados são muito piores, as agressões são físicas, porém, a cultura do futsal é validada e incentivada nas escolas. Por quê?
Ao final do encontro, Rubens convidou a tod@s para participarem do MAPA e da apresentação do companheiro Clayton, que tentará pensar a Educação Física com um autor francês já conhecido e estudado por nós: Michel Foucault. Por fim, agradecemos a presença de tod@s e lembramos que o próximo encontro, 21 de Outubro de 2017, será realizado na FEFISO-ACM/ Jd. São Paulo.
Esperamos tod@s lá!











[1] REP – Ritmo e poesia; RAP – Rhythm and poetry.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

26-08-2017 Segundo Encontro do 2º Semestre de 2017 - BORGES, C. C. O. Circulação de Saberes Psi e Controle das Condutas em Currículos da Educação Física.

Segundo encontro:

Dia 26 de Agosto de 2017, segundo encontro do semestre para o Grupo de Pesquisa em Educação Física escolar da FEFISO, o GEPEF. Estivemos responsáveis pela escrita da ata Monique e eu, João Pedro. Pela primeira vez, testaremos esse formato em que duas pessoas escrevem a ata de um mesmo encontro. Podem ser enriquecedoras para o debate as concordâncias ou contraposições que nascerem de duas escritas diferentes. Lembrando que, como dado no início da primeira iniciação científica, o responsável pela ata é sempre o pesquisador que desenvolve este tipo de trabalho no grupo, porém, ainda não temos um resultado “oficial”. Enquanto isso, alegro-me de poder, junto com a Monique, registrar os acontecimentos.
Em primeiro lugar, fato que chamou atenção, foi a grande quantidade de presentes no grupo. Como de costume, demos as boas-vindas aos novos participantes que foram identificados por Rubens: Débora, Leonardo, Elder, Adriano e Lucas. Este, aproveitando o momento, explicou um pouco sobre o grupo, sobre as atividades, as redes sociais, os projetos de pesquisa e como costumamos agir. Também pediu, publicamente que o integrante Leandro estivesse presente no próximo encontro, pois seu texto, produção publicada, é que será debatido.
Também foi apresentada a nova ideia de estrutura para os debates deste semestre: o texto produzido por algum integrante do grupo, um livro referente ao assunto para aqueles que desejam aprofundar-se no tema estudado, e um vídeo ou filme como terceira opção. É importante ressaltar que nenhuma das três opções precisam necessariamente estarem interligadas ou fazerem algum sentido entre si. Aquele que optar pelo vídeo, não estará vendo-o como uma forma de entender o texto publicado ou o livro escrito e vice e versa. Estes servem apenas como gatilho para a discussão. Os textos escolhidos também foram uma forma de abordar os quadros teóricos ou autores que o grupo costuma concentrar-se e que tem mais familiaridade: Bauman, Foucault, Marcos Neira, Mário Nunes, Estudos Culturais, Pós Estruturalismo, Pós Modernidade, etc.

1.                  BORGES, C. C. O. Circulação de Saberes Psi e Controle das Condutas em Currículos da Educação Física. (no prelo).
2.                  HUNTER, I. Subjetividade e governo. In: SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Pedagogia dos Monstros: os prazeres e os perigos da confusão de fronteiras. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
3.                  Opção em filme: “Foucault contra ele mesmo”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FVKw8V-CgXk

Nosso colega Clayton, iniciou o debate de forma bastante singular e diferente do que havíamos feito no encontro passado. Falou um pouco sobre sua caminhada pelo mestrado, sua primeira ideia de produção para os textos que viriam a seguir e suas inspirações. A saber, no início de seu trabalho, o objetivo principal era “entender quem seriam as pessoas que construiriam o documento curricular? Quais seriam as pessoas que teriam autoridade para isso?”. Também dedicou grande parte da sua introdução à exposição do principal teórico base do seu trabalho: Michel Foucault.
Dedicou-se também a expor alguns conceitos que foram utilizados no decorrer do trabalho. Um deles, atributo central da obra foucaultiana “Arqueologia do Saber” para entendermos o discurso: o enunciado.

“(...) mobilizando algumas estratégias analíticas forjadas por Foucault, sobretudo em A arqueologia do saber, este estudo é uma tentativa de examinar enunciados nos currículos investigados que se apoiam, por sua vez, em uma prática discursiva específica – o discurso curricular da Educação Física.” (BORGES,s/d, pág. 4)

O que seria, de fato, o enunciado? Não é possível afirmar pois o próprio criador do conceito define-o de várias formas diferentes, porém, para Clayton, é algo que tenha uma função enunciativa, enquanto algo que deva fazer algum sentido, não propositando fazer alusão à lógica, mas sim em relação aos significados. Ou seja, quais os enunciados que significam o discurso saudável do documento, ou psicomotor, ou o próprio professor de Educação Física enquanto um “docente”? O que ele deve fazer, como deve fazer, para que ele mesmo faça sentido dentro dos enunciados que o enquadram?
Utilizou-se também da arqueologia, preocupado com as questões do saber, diferente da genealogia, preocupada com as questões do poder. Deixou-nos claro que o objetivo de Foucault era entender como as coisas da contemporaneidade emergiram, não pensando em origem, como exatamente surgiu, mas quando algo começou a ser falado, ou quando começou a circular. Ao identificar esses propostos nas obras do autor, tenta trazer para a sua dissertação em relação à produção do documento e a produção dos sujeitos. Sob o formato de uma “micro-análise”, poderíamos dizer que a pesquisa sugere questões também como: onde estaria dito que as aulas deveriam seguir de tal maneira, formar este tipo de aluno ou aluna? Onde surge a forma de pensar como o professor deveria prosseguir com as suas aulas?
Para que essa produção ocorresse, conta-nos que deveria ter acesso aos documentos criados, aos anteriores, aos depoimentos coletados e procurar descobrir quais os enunciados eram criados, quais os discursos hegemônicos, quais saberes eram produzidos e etc., porém, não com o objetivo de interpretar de forma definitiva tudo aquilo que ali estava escrito, mas sim, tentar entender como determinadas ideias surgiram, de onde surgiram, assim como fazia Foucault: seu interesse não projetava-se na ação mas, ao contrário, no que tangia a realização daquela determinada ação – por que agir de tal forma? Por que classificar de certa forma? Ou, então, quem teria o poder para classificar as formas de se agir, como tinha por objetivo o início da pesquisa.
De forma a não chamar para si a autoridade sobre aquilo que estava escrito e que nos foi compartilhado, ou então “binarizar” entre comentários certos e errados, pediu para que abríssemos a discussão com as impressões daqueles que haviam lido o texto.
Monique: o desenvolvimentismo mostra-se separado do psicomotor ou está tudo interligado?
Clayton: a construção do currículo parece mais um mix de propostas, como se o autor lavasse as mãos em relação aos que os professores poderiam fazer ou não. Foram todas as propostas expostas e aqueles que se identificarem mais com determinadas poderiam utilizar-se delas e o mesmo valia para outras. Tudo parecia estar bastante misturado sem nenhum tipo de discriminação ou apontamento sobre suas concordâncias e divergências, pelo contrário, ao que parecia, aqueles saberes eram confirmados enquanto verdadeiros.
Rubens: reforça a importância do trabalho e da diferenciação que ele faz de cada currículo que compõe a estrutura do documento analisado, pois, em um exercício difícil de ser realizado, podemos identificar por quais discursos somos subjetivados e tentarmos, se assim julgarmos necessário, identificar potência de vida em outros discursos.
Wellington: o discurso meritocrático, assim como é usado no esporte, também pode ser usado no currículo saudável, pois tem total espaço para esse tipo de intervenção.
Clayton: concorda com a assertiva de Wellington e problematiza o discurso saudável para os trabalhadores de baixa renda, por exemplo.
João: com essa pesquisa, o que esperava do documento, o que achou que teria e qual seria a sua contribuição para ele?
Clayton: explica que é adepto de determinadas visões e concepções para a educação, Educação Física e para a vida. Logo, tendo a oportunidade de contribuir para a criação do currículo, tentaria construir a validação dos saberes que ele acessa discursivamente.
Vitor: é dito, em “A ordem do discurso”, que este não pode circular livremente, em qualquer lugar, sob qualquer hipótese ou por qualquer pessoa. Da parte daqueles que contribuíram para a construção, ou que foram entrevistados, foi visto que sua prática enquanto ação, difere da sua prática discursiva?
Clayton: acredita que assim como os discursos são hibridizados, a prática também não será “pura”. É de difícil explanação a prática de cada um, porém, talvez não esteja tão distante prática e discurso.
Caminhando para o final do debate, foi levantada a dúvida: existe a hibridização “identidária” curricular, da qual falamos incessantemente, base de tantas produções, ou podemos entender como uma problemática da diferença pura, onde o sujeito assimila e produz alguma forma do seu próprio jeito?
Contudo, ao meu ver, a ideia que mais me chama a atenção: não há uma proposta central. Entre esquerda, direita, centro, o que há são governos de condutas. Como bem lembrado pelo companheiro Clayton, a “educação”, passa pelo governo, ou vice e versa: governo de corpos, mentes, convicções – sua sugestão é a de um “governo sutil”. No momento, compartilho desta ideia.
Encerrada a discussão, Rubens recomenda para aqueles que tiveram interesse no assunto não começarem diretamente por Foucault, pois são livros complexos, com quantidades expressivas de páginas e de difícil entendimento, mas sim, por artigos e livros introdutórios. Contudo, para os mais curiosos, que ignorarão as palavras ditas e documentadas aqui, recomendo o vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=dpn1JL15AXA&t=2s

Lembramos que a participação de todos e todas é muito importante para a construção do caminho teórico do grupo, não podemos abrir para os mais diversos temas devido ao espaço curto de tempo, mas procuraremos sempre acatar as opiniões daqueles que se sentirem à vontade para opinar.
Foi sugerido pelo companheiro Clayton o vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=3eQgOy_5Ibg.

Foi sugerido também por Rubens o seu canal no YouTube, onde são tratados os mais diversos temas: https://www.youtube.com/user/rubensAgurgel/featured.

Aproveitando o gancho e essas novas propostas criadas no grupo sobre vídeos e filmes, eu, João, recomendo, para aqueles que tiverem interesse, a procura por um diretor de filmes chamado Gaspar Noé. Ao ter o primeiro contato com seu filme “Irreversível”, constatei uma forma bastante diferente de produção da arte cinematográfica, com histórias não lineares e câmeras dinâmicas. Talvez valha o conhecimento da diferença em diversas áreas que possam produzir potência.
Fomos incentivados à participação nos próximos congressos que virão como uma forma de crescimento pessoal, para o incremento de currículo para quem deseja vida acadêmica e para a socialização daqueles que viajam. Temos por objetivo o SEMEF E CONFEP ainda esse ano para os interessados.
Por fim, Rubens sugere como forma de participação e consideração com o autor, a leitura dos textos do dia e possíveis críticas. Apreciamos bastante a “porradaria” em detrimento de apenas elogios das produções realizadas.
Contamos com a presença de todos e todas para os próximos encontros! Até 30/09 com o texto do Leandro!




domingo, 13 de agosto de 2017

Encontro GEPEF 12-08-17

Texto:

1 – Educação Física Líquido Moderna – João Pedro Góes Lopes e Rubens Gurgel
2 – Modernidade Líquida – Zygmunt Bauman
3 – Filme: Eu, Daniel Blake.
Boas vindas a Matheus e Carlos Eduardo.

Discussão:

Beatriz: não é uma crítica aos currículos. Não seria interessante fazer uma crítica?
Monique: Percebeu que há diferentes visões entre os professores e também se pergunta o que é Educação Física.
Lourenço: relações curriculares e fora da escola com a modernidade líquida, que envolve vínculos humanos.
Beatriz: a construção curricular de Boituva está vivenciando a disputa curricular na construção de seus objetivos. As forças tradicionais estão vencendo.  Dificuldades de defender outras visões curriculares.
Clayton: a crise de EF se deu muito mais no campo epistemológico, no cotidiano escolar as forças hegemônicas ainda atravessam o campo curricular da Educação Física de forma mais sólida.
João: concorda com a dificuldade de sair do campo teórico, compartilhou a experiência pessoal de tentar dar aulas no currículo cultural.
Gabriel: os TCC’s como amostragem das mudanças curriculares no ensino superior.
Vitor: mesmo entre os professores recém-formados, não há muita incidência de novas visões curriculares.
TEXTO PARA SER ESCRITO: HÁ UMA CRISE? OU A CRISE JÁ FOI SUPERA DA E HO JE PREDOMINA A VISÃO DE SAÚDE?
Clayton: mesmo os currículos tradicionais fracassam nos seus objetivos.
Mariana: a pressão escolar, os vetores de força, a precarização e as dificuldades d o cotidiano limitam a função docente.
Wellington: a confusão curricular acarreta identidades docentes contraditórias que não é culpa do sujeito, mas sim consequências do contexto histórico do campo.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

24-06-2017 Defesa PIC Monique

DEFESA DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA MONIQUE – 24-06-2017

Considerações da Gisele
- Baixa articulação com a Educação Física
- Como está a formação do professor de Educação Física para lidar como profissionais com a cibercultura.
- Nativos digitais ou nativos das redes sociais?
- Professor utiliza como ferramenta de ensino e aluno como ferramenta de interação
- Gráficos lado a lado na publicação.
- Geração Y e Z como generalizações

Considerações da Iris
- página 12: o que seria a reorganização do velho?
- a tecnologia facilita a formação crítica? Parece que a busca é pela informação, e não pelo conhecimento. Falta dizer como a informação vai gerar um conhecimento e saber crítico? A tendência é que o nativo digital seja acrítico, impulsionado pela velocidade das redes de comunicação e informação.
- página 16: como ficam as linguagens da educação física na cibercultura.
- página 22: confuso
- Colocar Mello nas referências finais.

Considerações do João:
- Como seria um curso para aprender a dar aula a partir da cibercultura?
- A internet como um monstro, como a diferença, que não pode ter seus efeitos plenamente rastreados.
- O que permite a cibercultura é o ciberespaço. Neste espaço há um rompimento das fronteiras entre homem e máquina, de modo que o otimismo de Pierre Levy pode ser questionado, não sabemos muito bem os resultados.
- Dados mostram que metade da população mundial não possui acesso à internet, então talvez a discussão da cibercultura seja etnocêntrica.
- Capítulo da Cibercultura e Educação Física poderia ter mais consistência, é um caminho para estudos posteriores.
- O que esperar da relação Educação Física e Cibercultura?

Considerações do Vitor:
- Desconfiança do otimismo do Levy.
- página 13: descoberta pacífica das diferenças é altamente questionável, as redes sociais não apresentam pacificidade, e sim muita disputa e violência.
- Como será o futuro da docência a partir da cibercultura? São os professores que resistem, e no fim dessa geração teremos outra educação?
- Se a escola continua disciplinar, como lidar com alunos nativos da cibercultura?
- página 20-21: desconfio da divisão geracional utilizada no texto entre Y e Z, parece generalizadoras e pouco profundas.
- Sugestão de desdobramento: questão curricular, como seria a utilização de tecnologias nos diversos currículos da Educação Física (tanto epistemológicos quanto substantivos).
- página 36: resposta do professor do México.

- Sugestão: espectro dos sujeitos atravessados pela cibercultura, e não divisão fechada e generalizante.