domingo, 24 de fevereiro de 2019

23-02-2019 Primeiro encontro do ano: tema de Aprendizagem em Deleuze.


O primeiro encontro do ano de 2019, aconteceu no sábado dia 23 de Fevereiro, com a presença de alguns alunos conhecendo o grupo e em especial a primeira transmissão via Skype com a Universidade YMCA - México (Georgina, Elder, Caio e Alejandra). Houve uma apresentação de todos e foi elencando o objetivo do grupo: produções de pesquisas e melhorar a formação da graduação.
Demos início com a explicação sobre o porquê estarmos estudando Deleuze, que veio através de inquietações sobre a formação dos alunos, assim iniciamos com estudos sobre a aprendizagem inventiva e chegamos em um dado instante que precisávamos ler Deleuze e as suas contribuições quando relacionado com a Educação. Já faz um ano que o grupo está estudando nessa linha, com muitas leituras feitas fomos em conjunto apontando pistas e princípios, mas entendendo que não vem como verdade e sim auxiliadora nas ações.
Para a discussão dos textos do dia foram apontados dois movimentos a serem realizados durante o encontro: I- colocar as impressões “suas” em cada texto; II- ficar constantemente olhando, para encontrar mais pistas e princípios - ação de garimpo, limpando para tentar encontrar. E também foi elaborado pelo Rubens slides com apontamentos mais relevantes na sua interpretação para fluir com as discussões e problematizações expostas.
Iniciamos com o texto "Esboço de um mapa", apontamos o como a educação necessita criar subsídios para dar aula - mas cabe ao modificar a forma que eu dou aula em todos os momentos - e neste texto a crítica está em não se preocupar em dar subsídios ao professor, aprendendo e pensando a singularidade que lida com certos problemas. Abordando também que Deleuze chega até nós por Tomaz Tadeu da Silva que internacionalizou autores, nas suas traduções, dando início nos estudos culturais, tendo o encontro com Foucault e por seguinte Deleuze, este que ganha força em meados da década de 2000, mas somente em 2005 foi o ano de consolidação - conquista a popularização e alavanca os estudos - um filósofo mas com maior presença no campo da educação.
Dando sequência com o texto “Implicações midiáticos e acadêmicas”, que elenca dois paradigmas de apropriação: ascetismo (disciplina) e exegese (comentários) - trazer o autor para sua vida - pensamos os autores como uma disciplina, mudando a nossa maneira de pensar a educação, movimentando os pensamentos, sendo possível pela conexão dos autores. Com essas conexões Glaurea e Murilo dão exemplos de autores ou até mesmo palestras que recordam quando estavam lendo os textos. Aprofundando que o famoso “Aprender a perder tempo” estão nos signos das ações (campo da inconsciência).
Quanto ao relacionarmos com a educação Georgina abordou sobre, como pensar a educação quando temos do outro lado as ações políticas, direitos exigidos dentro das salas dentro dessa identidade e João retoma dizendo que a forma de pensar “é a forma de pensar”, ou escolha de aula, maneira de se pensar e colocá-la é uma atitude política, sendo duas instâncias que não podem se separar”. Rubens complementa retirando do próprio artigo que menciona a dessubjetivação, porque entendemos que o espaço/contato com o outro já é um forçar a pensar a diferença e quando está ENTRE é que ocorre a dessubjetivação, tem potência para pensar as outras coisas e a escrita como uma ascese (trabalhar agir sob si), solidária, mas produzido para outras pessoas ler (coletivo).
Assim, o ler livros não para entender e sim para se inspirar/produzir, esse é o movimento da diferença. Dando continuidade com a problematização Georgina diz que os discursos dos direitos humanos, como fazer esses tipos de políticos nas aulas, relações de micropolítica com micro espaços, com o poder de máquinas e como eu e a minha classe teria estratégias do micro para o macro. Então Rubens diz sobre a micropolítica se dando no menor, e se pensar igual produz robôs formatadas em um pensamento, só inverte a moeda, não ter respostas prontas e as estratégias irão se desenvolvendo.
Monique recorre ao que o grupo sempre se explica, quando está em questionamentos com relação como estar na ações no pensamento da diferença a todo momento, que é o grande perigo como já citado na inversão da moeda, mas o que acontece está na fuga, são momentos, encontros que possibilitam estar e ser a diferença, a que cria. Georgina finaliza com o pensamento dos corpos como estratégias, dando como exemplo a capoeira que nos estudos de Neira também é exemplificada e Elder exemplifica com a citação:

[...] Eu acredito que não há nada mais triste do que jovens avançando em idade incapazes de encontrar os livros que realmente amam. E, geralmente, não encontrar os livros que ama, ou não amar a nenhum, dá um mau humor. Acaba por gerar aquele sabe tudo sobre todos os livros. É uma coisa comum. Nós tornamos amargos. Vocês conhecem a amargura desse tipo de intelectual que se volta contra os autores pelo simples fato de não ter encontrado aqueles que realmente ama... aquele ar de superioridade conferido pela força de ser um boçal. Tudo isso é muito nojento. Seria preciso que, em última instância, apenas mantenhamos relações com aquilo que amamos (DELEUZE, 2008, p. 161, tradução nossa).

Dando sequência com uma abordagem de todos os textos, Georgina elenca como ver a experiência, já que experimentação vem quanto corpo, que sente/prova. Então Rubens diz que a experimentação serve para os cortes de fluxos (conversa com alguém diferente, um meme, uma aula, etc.       Tudo isso é corte), porque se encontra com outro objeto que muda, influência e pode produzir potência como não produzir, mas podemos ter uma ideia de produção desejante, esta que pode tender a zero, daí que entra as formas de experimentação, a do pensamento.
Ressaltamos o texto “Agenciamento Foucault-Deleuze”, entendendo que Foucault, não segue nenhuma escola filosófica e sim cria maneiras, que cada um aja do seu jeito, pelos os tapas da vida, faz você criar as suas maneiras de viver. O qual vê pela imanência e quer saber porque pensamos o que estamos pensando no hoje - ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA.
Compreendendo que somos produzidos nos encontros/influências que agem na subjetividade, criando a nossa concepção de leitura perante ao que foi escrito que é o AGENCIAMENTO, sendo levado pelos caminhos, “não temos controle”, somos criados como robôs, mecânica, um sistema que está corrompendo, uma estrutura que aprisiona.