O primeiro encontro do
ano de 2019, aconteceu no sábado dia 23 de Fevereiro, com a presença de alguns
alunos conhecendo o grupo e em especial a primeira transmissão via Skype com a
Universidade YMCA - México (Georgina, Elder, Caio e Alejandra). Houve uma
apresentação de todos e foi elencando o objetivo do grupo: produções de
pesquisas e melhorar a formação da graduação.
Demos início com a
explicação sobre o porquê estarmos estudando Deleuze, que veio através de
inquietações sobre a formação dos alunos, assim iniciamos com estudos sobre a
aprendizagem inventiva e chegamos em um dado instante que precisávamos ler
Deleuze e as suas contribuições quando relacionado com a Educação. Já faz um
ano que o grupo está estudando nessa linha, com muitas leituras feitas fomos em
conjunto apontando pistas e princípios, mas entendendo que não vem como verdade
e sim auxiliadora nas ações.
Para a discussão dos
textos do dia foram apontados dois movimentos a serem realizados durante o
encontro: I- colocar as impressões “suas” em cada texto; II- ficar
constantemente olhando, para encontrar mais pistas e princípios - ação de
garimpo, limpando para tentar encontrar. E também foi elaborado pelo Rubens
slides com apontamentos mais relevantes na sua interpretação para fluir com as
discussões e problematizações expostas.
Iniciamos com o texto
"Esboço de um mapa", apontamos o como a educação necessita criar
subsídios para dar aula - mas cabe ao modificar a forma que eu dou aula em
todos os momentos - e neste texto a crítica está em não se preocupar em dar
subsídios ao professor, aprendendo e pensando a singularidade que lida com
certos problemas. Abordando também que Deleuze chega até nós por Tomaz Tadeu da
Silva que internacionalizou autores, nas suas traduções, dando início nos
estudos culturais, tendo o encontro com Foucault e por seguinte Deleuze, este
que ganha força em meados da década de 2000, mas somente em 2005 foi o ano de
consolidação - conquista a popularização e alavanca os estudos - um filósofo
mas com maior presença no campo da educação.
Dando sequência com o
texto “Implicações midiáticos e acadêmicas”, que elenca dois paradigmas de
apropriação: ascetismo (disciplina) e exegese (comentários) - trazer o autor
para sua vida - pensamos os autores como uma disciplina, mudando a nossa
maneira de pensar a educação, movimentando os pensamentos, sendo possível pela
conexão dos autores. Com essas conexões Glaurea e Murilo dão exemplos de
autores ou até mesmo palestras que recordam quando estavam lendo os textos.
Aprofundando que o famoso “Aprender a perder tempo” estão nos signos das ações
(campo da inconsciência).
Quanto ao relacionarmos
com a educação Georgina abordou sobre, como pensar a educação quando temos do
outro lado as ações políticas, direitos exigidos dentro das salas dentro dessa
identidade e João retoma dizendo que a forma de pensar “é a forma de pensar”,
ou escolha de aula, maneira de se pensar e colocá-la é uma atitude política,
sendo duas instâncias que não podem se separar”. Rubens complementa retirando do
próprio artigo que menciona a dessubjetivação, porque entendemos que o
espaço/contato com o outro já é um forçar a pensar a diferença e quando está
ENTRE é que ocorre a dessubjetivação, tem potência para pensar as outras coisas
e a escrita como uma ascese (trabalhar agir sob si), solidária, mas produzido
para outras pessoas ler (coletivo).
Assim, o ler livros não
para entender e sim para se inspirar/produzir, esse é o movimento da diferença.
Dando continuidade com a problematização Georgina diz que os discursos dos
direitos humanos, como fazer esses tipos de políticos nas aulas, relações de
micropolítica com micro espaços, com o poder de máquinas e como eu e a minha
classe teria estratégias do micro para o macro. Então Rubens diz sobre a
micropolítica se dando no menor, e se pensar igual produz robôs formatadas em
um pensamento, só inverte a moeda, não ter respostas prontas e as estratégias irão
se desenvolvendo.
Monique recorre ao que o
grupo sempre se explica, quando está em questionamentos com relação como estar
na ações no pensamento da diferença a todo momento, que é o grande perigo como
já citado na inversão da moeda, mas o que acontece está na fuga, são momentos,
encontros que possibilitam estar e ser a diferença, a que cria. Georgina
finaliza com o pensamento dos corpos como estratégias, dando como exemplo a
capoeira que nos estudos de Neira também é exemplificada e Elder exemplifica
com a citação:
[...]
Eu acredito que não há nada mais triste do que jovens avançando em idade
incapazes de encontrar os livros que realmente amam. E, geralmente, não
encontrar os livros que ama, ou não amar a nenhum, dá um mau humor. Acaba por gerar
aquele sabe tudo sobre todos os livros. É uma coisa comum. Nós tornamos
amargos. Vocês conhecem a amargura desse tipo de intelectual que se volta
contra os autores pelo simples fato de não ter encontrado aqueles que realmente
ama... aquele ar de superioridade conferido pela força de ser um boçal. Tudo
isso é muito nojento. Seria preciso que, em última instância, apenas mantenhamos
relações com aquilo que amamos (DELEUZE, 2008, p. 161, tradução nossa).
Dando sequência com uma
abordagem de todos os textos, Georgina elenca como ver a experiência, já que
experimentação vem quanto corpo, que sente/prova. Então Rubens diz que a experimentação
serve para os cortes de fluxos (conversa com alguém diferente, um meme, uma
aula, etc. Tudo isso é corte),
porque se encontra com outro objeto que muda, influência e pode produzir
potência como não produzir, mas podemos ter uma ideia de produção desejante,
esta que pode tender a zero, daí que entra as formas de experimentação, a do
pensamento.
Ressaltamos o texto
“Agenciamento Foucault-Deleuze”, entendendo que Foucault, não segue nenhuma
escola filosófica e sim cria maneiras, que cada um aja do seu jeito, pelos os
tapas da vida, faz você criar as suas maneiras de viver. O qual vê pela
imanência e quer saber porque pensamos o que estamos pensando no hoje -
ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA.
Compreendendo que somos
produzidos nos encontros/influências que agem na subjetividade, criando a nossa
concepção de leitura perante ao que foi escrito que é o AGENCIAMENTO, sendo
levado pelos caminhos, “não temos controle”, somos criados como robôs,
mecânica, um sistema que está corrompendo, uma estrutura que aprisiona.