sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

30.11.2019 - 4º e 5º capítulo – Nietzsche e a Filosofia.

Em nosso último encontro do ano, realizamos nossa discussão em um espaço diferente. Marcamos com antecedência um lugar para irmos realizar uma confraternização do grupo, assim, fomos na casa de uma colega do grupo, Stephanie. Demos início às 09h com a fala de João Pedro, que na reunião passada decidimos de alguém apresentar uma introdução e impressões do capítulo e, hoje João falará do 4º capítulo (do ressentimento à má consciência) e Rubens do 5º capítulo (o além do homem contra a dialética).
Com isso, João abre falando sobre o esquecer e ressentir, onde vimos que o esquecimento está ancorado na abertura do novo e o ressentimento é guardado na consciência, como doença reativa. Fomos a partir disso também correlacionando as formas de niilismo que é proposto no próximo capítulo, pois, ao nos depararmos com determinadas situações, vamos realizando processos rizomáticos, ou seja, nosso corpo não tem uma certa linearidade, ao nos depararmos com algo, somos levados a pensar determinadas coisas. Realçando que, isso simplesmente acontece, não passa por um clivo da razão.
Comentados sobre os tipos de niilismos, sendo: negativo; reativo e passivo. O niilismo negativo, de maneira bastante simples e descartável, estamos entendendo-o enquanto
A partir desses diálogos, chegamos aqui em outro ponto fulcral de Nietzsche, relacionando agora o ressentimento com o homem ressentido (eles utilizam homem para se referir ao humano). O homem ressentido é o sujeito da dialética que vive em lutas incessantes, o seu desejo é depreciar as causas, produzindo infelicidade e colocando sempre a culpa em alguém, sendo sempre no outro, nunca em si mesmo. Entendemos que com isso, temos munição para pensar nosso governo, sistemas educacionais, nossa sociedade e outros o quão ressentidos somos. Exemplos não faltam. Colocaremos um, no desejo de fazer um convite para pensarem seus próprios exemplos. Assim, o ressentido seria a pessoa que vai mal na prova e coloca a culpa em alguém, sempre no outro, pois não consegue olhar para si mesmo.
Caminhando por outros territórios, mas no mesmo platô, nos deparamos com o conceito de má consciência, que seria ela uma paralisação, sedentarismo, isso Nietzsche chama de ficção, a força niilista reativa que se volta contra si mesma. Sendo assim uma contradição com a vida, e é neste jogo da contradição com a vida que as forças reativas se apresentam como superiores, pois colocam uma figura transcendental acima de todos os valores. Mergulhando no capítulo 5, com o “além do homem” vemos que este modo de pensar é uma maneira contra dialética, uma das características do pensamento nietzschiano é ir além da dialética, pensar fora disso, escapar, desviar.
Neste emaranhado, um dos quais discutimos foi a figura de Jesus, pois o Jesus em sua essência, seu pensamento, modo de vida, sua relação com as pessoas, era completamente diferente do que fizerem dele.  Em sua essência, Jesus pregava o amor, a paz, a solidariedade etc. Assim, a crítica de Nietzsche não está em Jesus, mas na moral que foi estabelecida no pensamento cristão, na religião, que impõe valores. Nietzsche em uma tarefa nada fácil, nos convida a criar nossos próprios valores.
A ideia de transcendental que é questionada é sobre a transvaloração, e vemos que, apenas mudou rei de lugar, pois, vemos além da religião outros divinos, na ciência, Filosofia, Arte... Tenha mudado, talvez a ideia de divindade, porém, o modo de operar se assemelha muito. Voltando e sendo atravessado por outras questões, Rubens coloca o exemplo de uma música da banda Charlie Brow Jr “o home que está em paz não quer guerra com ninguém”, ou seja, a pessoa que está bem consigo mesma, não fica arrumando coisas para falar e culpar o outro, apenas vive, sendo muito diferente do ressentido.
O além do homem não tem nada a ver com o homem superior. O homem superior é decadente, reativo e ressentido em sua essência, pois lhe falta algo e precisa de uma coisa que está sempre nesse desejo fantasma para se afirmar. É um homem de status que tem a necessidade de estar provando tudo e o tempo todo, preso em suas amarras, e com as novas tecnologias isso fica mais visível e também mais subjetivado. Vemos no ciclo de Zaratustra a importância de viver cada etapa, mesmo a tristeza, pois é preciso viver no niilismo, na tristeza para poder aprender com isso e continuar fazendo o ciclo dar continuidade.
Rumando para o fim do encontro, dedicamos um tempo para ver quais caminhos seguir para o próximo semestre. Foram feitas algumas sugestões de leituras, porém, foi colocado também outros modos de operar com o grupo. Que, seria no caso como um grupo-evento, onde poderíamos abranger um público maior, convidar pessoas de fora para falar sobre determinado assunto, podendo ser da Educação Física ou não. Ou também, seguir como estamos habituados e a partir de cada encontro veremos o que vamos ler para o próximo. Assim, concluímos mais um semestre intenso de muita produção e aprendizagem!