segunda-feira, 22 de abril de 2019

13-04-2019: Desejo e esquizoanálise


No encontro do dia 13 de Abril, iniciamos com a listagem dos eventos que estão por vir: Congresso: CONBRACE (Natal); Anped (RJ); Curso Educação Física Cultural (FEFISO); Do cais ao caos (Campinas); SBECE (Rio Grande do Sul).
Demos continuidade com o tema do dia “Desejo” (é sempre revolucionário, não se espera), uma leitura de mundo em que  tudo é máquina que se conecta para a produção do real (ex: psicólogo- uma busca de traumas, sem ver os outros pontos de interferências que estão em você), o estar preso dentro de uma estrutura disciplinar. Entendendo desejo sendo o que compõe nos encontros e produz o aumento de potencia (alto ou baixo - momentos), agenciados por máquinas sociais. Havendo o desejo esquizo (eu não quero controle, como está o desejo nas pessoas, produz aumento de potência) e o desejo reacionário (quer mais controle da máquina social-organização). Você nasce e não tem como sair. Já o prazer é o querer.
            Que se dão por fluxos (máquina despótica para desejante): monetário / fluxo de dinheiro - capitalismo (gera um grande mercado- ex: morre o mercado de cds, morre o de filmes, ... mas produz desejos novos, spotify, netflix, games, moda,...), o que mais produz
é a subjetividade capitalista, onde  para se divertir precisa de dinheiro, sem saber produzir potência (ir na casa do amigo para conversar, brincar na rua,... que resulta no aumento de potência) e Vitor relaciona esse processo com essa subjetividade criada por meio do poder que estamos inseridos. Como também quando relacionado a fluidez das relações/composição para a produção de potência, sempre tentamos elevar a potência, mas entende o processo de decomposição (atento aos encontros e busca novas coisas, em um processos sem fim). Deleuze diz que na esquizo é desejo de menos, agenciamento, acontecimentos, ...TRANSVERSAL.
            Como sequência abordamos o texto “Processo de subjetivação segundo a esquizoanálise”, e a necessidade de falar sobre as linhas de desejo (moral e valores): dura (necessidade para uma organização social - ex: pagar o boleto, passar o ponto no trabalho, escola...) , maleáveis (ex: atitudes e ações do professor que permite aumento de potência sem ser disciplinar o tempo todo), de fuga (ex: matar aula... - linha que escapa do limiar do capitalismo, não são territorializadas), linha suicidária (não se encaixa na sociedade e não sabe buscar a potência, só sabem a fase terminal - ex: fascismo, ...). As coisas não são, elas dependem do olhar. Entendendo que Foucault busca pelos prazeres, já Deleuze, o prazer mata o desejo.
A esquizoanálise é o propor encontros, experimentações, para quem se sente espremido pela máquina social, mas "Seja prudente nas experimentações". E com a cartografia sendo a execução de uma pessoas que traça linhas para compor um órgão, capaz cartografar as nossas linhas, de mim, das aulas, das pesquisas, … Sem haver categorização e sim a MISTURA ENTRE SI QUE NÃO PARAM DE INTERFERIR UMA SOBRE AS OUTRAS, RIGIDEZ E VICE E VERSA, COM EFEITOS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DA POTÊNCIA. Mas há riscos, a decomposição ou a sobrecarga.
Comentamos também sobre “CORPO SEM ÓRGÃOS”, o não que está subjugado pela máquina capitalista, o corpo como é, já que o corpo capturado é o categórico, existe como obra da sustentação do ramo social. Nenhum órgão meu está a serviço da máquina, aprender a produzir para mim um corpo sem órgãos - a Esquizoanálise trabalha quais são as linhas de fugas que irão compor corpos sem órgãos (aumento de potência precisa de um platô - mas a maneira que olhamos para a ação, é singular de cada um, operando de diferentes maneiras). E o devir, com o processo de ser diferente, quando está aberto para outras oportunidades que não seja da subjetividade; vem se você prever, sem controlar, que acorda de uma forma diferente.
Entendo que esse processo vem de uma canibalização de conceitos filosóficos para a compreensão e ações para o agora, lembrando que as sementes estão lá em Nietzsche; que toda composição é uma decomposição; e que VIVEMOS EM TORNO DOS PRAZERES (subjetividade capitalista - desejo reacionário, para satisfazer os meus prazeres, por ter uma vida vazia sem desejos).


segunda-feira, 1 de abril de 2019

30/03/2019 - Subjetividade e Corpo

Iniciamos o encontro relatando sobre as nossas ações quanto a leitura, que buscamos a extração, o trazer para a nossa realidade - Educação - e a busca constante de aproximações com o ensinar e o aprender, permitindo a criação com os seus significados. Se dando pela leitura do permitir-se aos fluxos e após o término, o entendimento das estruturas do textos e as compreensões adquiridas.
As nossas discussões, se deu com um breve comentário do texto "Sensibilizar para viver a criação" e priorizamos o texto “Educação, cultura e subjetividade: Deleuze e a Diferença”, que se aproxima muito do nosso foco e ações, subjetividade e corpo.
            Sobre o primeiro texto relacionado a dança, problematizamos o entendimento sobre a parte prática da autora, dificuldade do entendimento, mas que se deu pelas conexões com o outro, que permite a criação e a sensibilização com as práticas de si, sendo sempre imanente, que sai ali, naquele momento que se deu os encontros, impactando o momento com o deixar fluir. Isto se dá pelos encontros se resultarem do entre, a filosofia relacional. Cabe a compreensão que a racionalidade trava as nossas ações, pelas marcações que são dadas e direcionadas, como a Lilian deu o exemplo do Ballet, todos sabem ou possuem uma noção imediata do que seja. E o Rubens continuou dizendo que quando somos mediados pela razão, nos distanciamos do nosso corpo, de si mesmo, porque não estamos a vontade. Compreendendo assim, que a dança-educação são como a junção do sentir e o fazer, pelos encontros e significados.
            O segundo texto, iniciou com o exemplo de Rubens, de uma aula, sobre a filosofia da diferença, que estando naquele momento a visão flui, mas que ao sair daquele instante já se encontra novamente no racional.  E que  toda repetição carrega uma diferença, como Rubens disse todos nós possuímos uma rotina, por exemplo,  todo dia você vai para faculdade, isso se repete diariamente, mas não é a mesma coisa, igualzinho por descrição todo o dia, acontece algo que o difere dos demais dias.
            Para Deleuze não existe uma identidade, já que são infinitos modos de existência e para o filósofo o corpo coexistem em duas grandezas: VIRTUAL (se atualiza, possibilidade) e o  ATUAL (uma expressão do virtual). A duração da virtualidade sendo a que dá: a diferença de grau (um pequeno instante que muda a natureza, intensidade de fluxos), damos como exemplo um dia como de rotina está indo ao trabalho e é fechado por um carro; e a diferença de natureza (intensidade de acontecimentos), damos como exemplo, a sua mãe morre e afeta o todo. A repetição, resulta o nosso pensamento em que não denota para pensar essas diferenças, só quando acontece, porque nunca se percebe a mudança que irá acontecer e quando percebe, já se tornou uma repetição, "em filosofia, a primeira vez é já a segunda; é essa a noção de fundamento. Sem dúvida, de certa maneira, o produto é que é, e o movimento é que não é, que não é mais" (DELEUZE, 1999, p.127).
            O corpo sempre está no E,E,E,E... e não no OU, OU, OU,.... Pensando na multiplicidade, já que esse corpo não tem identidade (só se sabe pelo momento que esteve). E o que se repete é a matéria, repete, mas carrega a diferença, só enxergamos a matéria. A ciências analisa o grau da repetição dessa matéria, mas há uma diferença do virtual, que atualiza de outra maneira a sua perspectiva e a natureza só está no pós, o que difere é a duração, mudança na forma de existência para cada um.  

" As multiplicidades são a própria realidade e não supõe nenhuma unidade, não entram em nenhuma totalidade e tampouco remetem a um sujeito. As subjetivações, as totalizações, as unificações são, ao contrário, processos que se produzem e aparecem nas multiplicidades. Os princípios característicos das multiplicidades concernem a seus elementos, que são singularidades; as suas relações, que são devires; a seus agenciamentos, que são hecceidades (quer dizer, individualizações sem sujeito); a seus espaços-tempos que são espaços e tempos livres; a seu modelo de realização, que é o rizoma (por oposição ao modelo da árvore); a seu plano de composição, que constitui platôs (Zonas de intensidade contínua); aos vetores que as atravessam, e que constituem territórios e graus de desterritorialização.” (DELEUZE; GUATARI, 1995, p.8).

            Trecho que foi abordado por Rubens, para que haja o entendimento de todos de alguns conceitos necessários para dar continuidade as leituras e estar familiarizado para todos: singularidade, devires, acontecimento, hecceidade, espaço tempo livre, rizoma, cartografia, platôs, território e agenciamento.
            Finalizamos com um trecho do texto e a problematização de que o encontro nosso de pistas e princípios, permite o fluxo maior. "O desafio posto para o professor de Educação é propor uma educação cujas práticas educativas não impeçam o devir, mas o implementem. Portanto o desafio é o de implementar o exercício da infância e o pensamento” (ABRAMOWICZ et al., 2009).