sexta-feira, 20 de abril de 2018

14/04 - BORGES, C. C. de O.VIVIANI, L. M. Circulação de saberes “psi” e controle das condutas em currículos da educação física


Estivemos reunidos no dia 14/04/2018 às 9:00h da manhã para mais um encontro do GPPEF na FEFISO. O encontro contou com a significativa presença de novxs integrantes e isso, acredito, agrega bastante às experiências e relatos com que podemos contar e discutir. O encontro foi de formato um pouco diferente do que havíamos programado pois iniciou com uma apresentação de pré-projeto de mestrado com a intenção de apresentação dos moldes de construção, ideias e possíveis contribuições com o que está sendo desenvolvido. Havíamos programado uma apresentação rápida, contudo, fomos um pouco além do programado e as discussões sobre o texto iniciaram-se logo após às 10:30h. Alguns recados ao longo do encontro nos foram encaminhados e, na medida do possível, tentarei coloca-los em pauta aqui no início antes de adentarmos a discussão que, como relato acima, foi mais rápida do que de costume.
1.      O companheiro Leonardo mostrou interesse em fechar um carro para ir ao evento já socializado (ANPED) que acontecerá em Campinas. Foi recomendado para aquelxs que também desejam participar que entrem em contato com ele.
2.      Eu, João Pedro, me comprometi a socializar todos os novos processos em relação ao doutorado que, acredito, dentro de mais ou menos 2 anos abrirá na UFSCar-Sorocaba. Ótima oportunidade para aquelxs que desejam prosseguir na vida acadêmica.
3.      Nos será enviado o texto do próximo encontro. Está certo que será na casa da companheira Nádia. Combinaremos as presenças mais para perto do encontro.
4.      Atividades diferentes para os “textos do dia” serão boladas para que possamos alavancar ainda mais a intensidade dos debates nos encontros.
 14/04 - BORGES, C. C. de O.VIVIANI, L. M. Circulação de saberes “psi” e controle das condutas em currículos da educação física. Educação em Revista, Belo Horizonte, n.33, 2017.
Iniciamos o debate com um resumo das intencionalidades do artigo e sobre o que tentou-se falar no decorrer da produção. O companheiro Clayton nos apresenta que estes escritos foram um recorte da dissertação de mestrado em filosofia que ele cursou na USP, cujo qual lhe redeu dois artigos. Seu objetivo inicial: identificar alguns discursos da psicologia educacional na construção da proposta curricular de Educação Física de Sorocaba. Sua metodologia: propôs uma arqueologia foucaultiana. Separou enunciados respectivos da psicologia educacional – procedimental, atitudinal, conceitual e questionou: de onde surgiram essas ideias e por que foram utilizadas no currículo da rede de Educação Física de Sorocaba?
 Na linha da argumentação, aponta que Foucault fala sobre “irrupção”, o que seria a detecção de onde começaria a circular determinado discurso - e nesse caso, procurou saber onde começou o discurso da psicologia de Procedimental, “Atitudinal e Conceitual”. Identifica que começa nos PCNs da Educação Física. Os PCNs tiveram imensa assessoria de Cesar Coll, produtor dessa concepção. Contudo, qual seria a proposta? A formação de um sujeito integral, desenvolto em todas as suas competências
Também trouxe a questão do enunciado das competências: algo recente, mas que ganhou bastante força. Está comumente associado à uma concepção acrítica, instrumental da educação. Alguns grupos rejeitam o enunciado das competências porque argumentam que teria grande inclinação para o mercado de trabalho. Logo após nos fala um pouco sobre os “campos de coexistência”. Embora alguns documentos estejam baseados no conteúdo, e outros nos procedimentos, ambos compartilham de um campo de coexistência da psicologia educacional – em outras palavras, uma discursividade que atravessa diferentes produções. E, claro, por fim, após relacionar as competências aos interesses do mercado, problematiza a tentativa de governamentalização do professor.
Ana, uma das novas integrantes, falou sobre as câmeras que colocaram nas escolas para regular as ações dxs professorxs e dxs discentes. Atrelada a sua fala, estava a defesa de uma maior autonomia daqueles que podem não se identificar com as propostas do currículo da cidade por exemplo e pretendem fazer trabalhos diferentes. Práticas como essas podem ser demasiadamente reguladoras. Dentro disso, o companheiro Clayton afirma que, na teoria, falamos sobre uma sociedade de vigilância, mas que dentro da escola a sociedade disciplinar (descrita por Foucault) ainda funciona muito bem – ou pelo menos tenta funcionar.
Com o afloramento das discussões, tomamos alguns rumos outros dentro do debate. Perto do fim, o companheiro Rubens tentou trazer novamente a discussão para o nosso âmbito e nos deixou uma questão bastante interessante de encerramento. Nas palavras dele: “nos interessa saber como/quais interesses estão disputando e ganhando o consenso. Esse é nosso problema dentro da educação”.
Encerramos assim mais um encontro, com uma discussão um pouco mais curta do que o comum e com todos os combinados acertados para a próxima data que, como dito acima, não acontecerá na FEFISO. Agradecemos a presença de todxs, e em especial daquelxs que fizeram-se presentes pela primeira vez. Esperamos rever a todxs em breve!