Estivemos reunidos no dia 14/04/2018
às 9:00h da manhã para mais um encontro do GPPEF na FEFISO. O encontro contou
com a significativa presença de novxs integrantes e isso, acredito, agrega
bastante às experiências e relatos com que podemos contar e discutir. O
encontro foi de formato um pouco diferente do que havíamos programado pois
iniciou com uma apresentação de pré-projeto de mestrado com a intenção de
apresentação dos moldes de construção, ideias e possíveis contribuições com o
que está sendo desenvolvido. Havíamos programado uma apresentação rápida,
contudo, fomos um pouco além do programado e as discussões sobre o texto
iniciaram-se logo após às 10:30h. Alguns recados ao longo do encontro nos foram
encaminhados e, na medida do possível, tentarei coloca-los em pauta aqui no
início antes de adentarmos a discussão que, como relato acima, foi mais rápida
do que de costume.
1. O companheiro Leonardo mostrou
interesse em fechar um carro para ir ao evento já socializado (ANPED) que
acontecerá em Campinas. Foi recomendado para aquelxs que também desejam
participar que entrem em contato com ele.
2. Eu, João Pedro, me comprometi a
socializar todos os novos processos em relação ao doutorado que, acredito,
dentro de mais ou menos 2 anos abrirá na UFSCar-Sorocaba. Ótima oportunidade
para aquelxs que desejam prosseguir na vida acadêmica.
3.
Nos
será enviado o texto do próximo encontro. Está certo que será na casa da companheira
Nádia. Combinaremos as presenças mais para perto do encontro.
4.
Atividades diferentes para os “textos do dia” serão
boladas para que possamos alavancar ainda mais a intensidade dos debates nos
encontros.
14/04 - BORGES,
C. C. de O.VIVIANI, L. M. Circulação de saberes “psi” e controle das condutas
em currículos da educação física. Educação em Revista, Belo Horizonte, n.33,
2017.
Iniciamos o debate com um resumo das intencionalidades do artigo e sobre
o que tentou-se falar no decorrer da produção. O companheiro Clayton nos
apresenta que estes escritos foram um recorte da dissertação de mestrado em
filosofia que ele cursou na USP, cujo qual lhe redeu dois artigos. Seu objetivo
inicial: identificar
alguns discursos da psicologia educacional na construção da proposta curricular
de Educação Física de Sorocaba. Sua metodologia: propôs uma arqueologia
foucaultiana. Separou enunciados
respectivos da psicologia educacional – procedimental, atitudinal, conceitual e
questionou: de onde surgiram essas ideias e por que foram utilizadas no
currículo da rede de Educação Física de Sorocaba?
Na linha da argumentação, aponta que Foucault
fala sobre “irrupção”, o que seria a detecção de onde começaria a circular
determinado discurso - e nesse caso, procurou saber onde começou o discurso da
psicologia de Procedimental, “Atitudinal e Conceitual”. Identifica que começa
nos PCNs da Educação Física. Os PCNs tiveram imensa assessoria de Cesar Coll,
produtor dessa concepção. Contudo, qual seria a proposta? A formação de um sujeito
integral, desenvolto em todas as suas competências
Também
trouxe a questão do enunciado das competências: algo recente, mas que ganhou
bastante força. Está comumente associado à uma concepção acrítica, instrumental
da educação. Alguns grupos rejeitam o enunciado das competências porque argumentam
que teria grande inclinação para o mercado de trabalho. Logo após nos fala um
pouco sobre os “campos de coexistência”. Embora alguns documentos estejam
baseados no conteúdo, e outros nos procedimentos, ambos compartilham de um
campo de coexistência da psicologia educacional – em outras palavras, uma
discursividade que atravessa diferentes produções. E, claro, por fim, após
relacionar as competências aos interesses do mercado, problematiza a tentativa
de governamentalização do professor.
Ana, uma das novas integrantes, falou
sobre as câmeras que colocaram nas escolas para regular as ações dxs
professorxs e dxs discentes. Atrelada a sua fala, estava a defesa de uma maior
autonomia daqueles que podem não se identificar com as propostas do currículo
da cidade por exemplo e pretendem fazer trabalhos diferentes. Práticas como
essas podem ser demasiadamente reguladoras. Dentro disso, o companheiro Clayton
afirma que, na teoria, falamos sobre uma sociedade de vigilância, mas que
dentro da escola a sociedade disciplinar (descrita por Foucault) ainda funciona
muito bem – ou pelo menos tenta funcionar.
Com o afloramento das discussões,
tomamos alguns rumos outros dentro do debate. Perto do fim, o companheiro
Rubens tentou trazer novamente a discussão para o nosso âmbito e nos deixou uma
questão bastante interessante de encerramento. Nas palavras dele: “nos
interessa saber como/quais interesses estão disputando e ganhando o consenso.
Esse é nosso problema dentro da educação”.
Encerramos assim mais um encontro,
com uma discussão um pouco mais curta do que o comum e com todos os combinados
acertados para a próxima data que, como dito acima, não acontecerá na FEFISO.
Agradecemos a presença de todxs, e em especial daquelxs que fizeram-se
presentes pela primeira vez. Esperamos rever a todxs em breve!