segunda-feira, 27 de junho de 2016

2016 – Sexto Encontro GEPEF – 25 de junho - Encerramento 1º Semestre 2016

1 – Na data de hoje, iniciamos o encontro de forma diferente: ao invés de primeiramente debatermos sobre o texto proposto para o grupo, começamos pela defesa de iniciação científica do membro João Pedro, em respeito aos convidados que estiveram conosco. Demos início a defesa às 9:30, no entanto, passando um pouco do horário programado, terminamos por volta de 11:50, impossibilitando assim, o cumprimento integral do cronograma. Como proposta para a ata de hoje, foi combinado um resumo sobre o texto que seria discutido. Portanto, os escritos desse encontro baseiam-se em uma análise unilateral, e não em uma construção em conjunto, como estamos habituados.

2Tema: currículo saudável
Leitura principal: FERREIRA, M. S. Aptidão Física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.22, n.2, p.41-54, janeiro 2001.
Leitura complementar: NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Educação Física, Currículo e Cultura. São Paulo: Phorte, 2009 (Teorização curricular e Educação Física, páginas 79-89).
Objetivo: compreender os fundamentos básicos desta visão curricular. Avaliação do semestre e planejamento do 2º sem. 2016.

Logo no início do seu artigo, Ferreira (2001) faz algumas observações e expõe alguns conceitos que servem como base para a argumentação de suas ideias em relação a defesa da saúde como conteúdo da escola. Inicia-se a argumentação do texto com uma proposta que chama bastante a atenção: “Hoje o senso comum aceita e propaga a ideia de que o exercício físico faz bem à saúde. (pag. 42) ”. Essa propagação nas aulas de Educação Física é considerada pelo autor um avanço em relação as propostas de “não aula” que tanto circundam o nosso meio. Porém, essa concepção está assumindo um caráter essencialmente biológico, sem se preocupar com fatores de fundamental importância para a adesão de uma vida e hábitos saudáveis, como os socioeconômicos (FERREIRA, idem). Num primeiro momento, fui surpreendido com uma ideia diferente do que tenho (senso comum, talvez) e entendo sobre o currículo saudável.
O autor segue com a exposição de diversas bibliografias a fim de justificar que o exercício físico, enquanto bem orientado por um profissional, pode contribuir em relação a diversos aspectos, combatendo muitas doenças, prevenindo de outras e etc. Desta forma, propõe-se que o exercício físico deva ser aplicado como um conteúdo da Educação Física, porém, não somente como uma série de atividades que os alunos repetem do professor, mas que possibilite a tomada de decisão do educando em relação a solução de problemas, o que autor chama de “autonomia”, baseado na “escada da aptidão física para toda a vida” de Corbin, Fox e Whithead, de 1987, que passa pela “exercitação” e vai subindo os degraus sentido a “solução de problemas”.
Para que os alunos desenvolvam essa autonomia em relação ao próprio modo de fazer exercício físico, o autor, num exemplo relacionado ao atletismo e um dos seus conteúdos, defende que: “Seria necessário ampliar as formas de se entender a corrida (...) (pag. 45) ”. Novamente, fui surpreendido pela ideia de ampliação, onde o professor possivelmente poderá relacionar fatores nutritivos, fisiológicos, anatômicos, biomecânicos, socioculturais e econômicos ao ato da corrida, ao local onde ela será realizada, a vestimenta adequada e etc.
Contudo, no decorrer do artigo, é feita uma afirmação que me gerou uma posterior dúvida. Segundo o próprio Ferreira (idem, pag. 46): “O fato é que vivemos numa sociedade dividida em classes sociais, na qual nem todas as pessoas têm condições econômicas para adotar um estilo de vida ativa e saudável.”. Se o conteúdo a ser trabalhado dos professores adeptos da corrente da Aptidão Física Relacionada a Saúde (AFRS) é justamente o “engajamento” (pag. 48) dos indivíduos num estilo de vida ativo, saudável e autônomo, o que fará um profissional na escola mais humilde de alguma cidade? Para quem está voltada essa proposta curricular?
Logo após, caminhando para o final do texto, apresenta-se uma justificativa para a minha questão. É dito que a apresentação desse conteúdo para os indivíduos, assim como os determinantes políticos do porquê não estarem acessando determinado estilo de vida, poderia causar nesses estudantes um anseio de tencionar uma “luta por mudanças sociais” (pág. 48) assim como “uma sociedade mais justa e igualitária” (pág. 51), ou então uma “luta pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial” (pág., 48). Ao meu ver, Ferreira (idem) baseia-se em justificativas que vão um pouco além do proposto pelo currículo saudável, tentando diminuir uma distância quilométrica entre uma “ampliação” (pág. 45) e o engajamento desses jovens em militâncias políticas que lutarão em favor de seus direitos como cidadãos, para, enfim, adquirem um estilo de vida onde possam praticar atividade física.
Por fim, não poderia deixar de reconhecer que esse texto contribuiu muito para a criação de uma nova perspectiva minha em relação ao currículo saudável, com suas sugestões de autonomia e ampliação. Ao professor adepto da AFRS, é necessário um conhecimento bastante amplo sobre a área biológica, tanto quanto um conhecimento das estruturas sociais e políticas do nosso país (e de outros) para sanar as eventuais dúvidas que surgirem das ampliações. Reforça-se novamente a ideia de que o problema não está no conteúdo, mas sim, na maneira como ele é abordado.
Infelizmente, neste último texto não tivemos a reflexão da semana, pois o companheiro Moska não pôde estar presente. No entanto, espero que voltemos ainda mais fortes para o segundo semestre de 2016, com várias novas reflexões semanais! A todos, meus sinceros agradecimentos por esse semestre tão produtivo!

Boas férias!

Apresentação PIBIC João Pedro 1º Semestre 2016

BANCA DE AVALIAÇÃO DA INICIAÇÃO DE JOÃO PEDRO

Abaixo a fala dos presentes na apresentação do João. Destacado por ordem de fala. Os destaques mais potentes estão iluminados. Entre parênteses e com letras minúsculas minhas falas (Rubens) como orientador, após a fala do João.

MASSARI

COMO LIDAR COM ALUNOS NA MODERNIDADE LÍQUIDA?
UNIDIMENSIONALIDADE DO ESPORTE COMO FERRAMENTA DO STATUS QUO, MESMO QUE OS SUJEITOS NÃO SE DÊEM CONTA DE SEREM FERRAMENTAS
GENERALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA COMO RUIM, PRINCIPALMENTE AS INSTITUIÇÕES PARTICULARES
PORQUE NÃO POSSO MISTURAR? MEU DISCURSO DEVE SER LÍQUIDO?
INTERFERÊNCIA DAS RESPOSTAS DEVIDO CONHECER OS ENTREVISTADOS, TALVEZ UMA ENTREVISTA SEM CONHECER OS PROFESSORES
A TRAJETÓRIA DO PROFESSOR JÁ DÁ UMA INDICAÇÃO DA RESPOSTA
SUGESTÃO: UMA ENTREVISTA COM PROFESSORES QUE DÃO AULA HÁ MAIS DE 20 ANOS
HÁ 50 ANOS, AS RESPOSTAS SERIAM DIFERENTES OU AS MESMAS?

RESPOSTA DO JOÃO

A MODERNIDADE LÍQUIDA É ALGO BOM OU RUIM? CONSEQUENCIAS DA LÍQUIDEZ, NÃO PODEMOS ESCOLHER, ELA ESTÁ DADA
O FRANKENSTEIN É ALGO RUIM? TALVEZ POSSA SER CRIADO UMA IDENTIDADE NOVA
FRANKENSTEIN TRANSFORMADO EM ANJO

CLAYTON

ENFOQUE MAIOR NA QUESTÃO DOS BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA MODERNIDADE LÍQUIDA
SE POSICIONAR NÃO É ARROGANCIA
NA CONCLUSÃO A ENFASE NO LAVAR AS MÃOS, FAZER PESQUISA EXIGE POSICIONAMENTO (Entendo o João, passei por um processo semelhante)
CARÁTER DE INEDITISMO, CONTINUAR COM BAUMAN

RESPOSTA DO JOÃO

BUSCAR ASSUMIR POSIÇÃO DE NEUTRALIDADE, DEVO MELHORAR (e parar de elogiar)
TENTEI NÃO COLOCAR A MINHA IDEIA COMO A MELHOR

IRIS

PORQUE ANJO? POR OLHOS AZUIS E LOIRO? NÃO, TEMOS O FRANKENSTEIN, E COM ELES TEMOS QUE LIDAR
A DIVERSIDADE APARECE E É COMBATIDA, O FRANKENSTEIN DEVE SER ACEITO

EDUARDO BORGES

A SUPERFICIALIDADE NÃO SE ENCONTRA APENAS NAS ESCOLAS/LICENCIATURA, ESTÁ IGUALMENTE NAS ACADEMIAS/BACHAREL.
A MODERNIDADE LÍQUIDA ACOMETE A TODOS

HEMERSON PATRIARCA

COMO A NEUTRALIDADE NÃO EXISTE, SE POSICIONAR SEM MEDO, PORQUE A CRÍTICA VIRÁ DE QUALQUER FORMA
O ACADEMICISMO RIGOROSO IMPEDE COISAS QUE NA PRÁTICA SÃO HIBRIDIZADAS
É DIFERENTE SER ECLÉTICO DE UTILIZAR PLURALIDADE DE IDEIAS
MUITAS VEZES O PROFESSOR NÃO DÁ CONTA DE SE APROFUNDAR DEVIDO A CARGA DE TRABALHO
BAUMAN DE FATO AFIRMA QUE A GLOBALIZAÇÃO É IRREVERSÍVEL? CUIDADO COM O DETERMINISMO
A LIBERDADE TRAZIDA PELA MODERNIDADE LÍQUIDA É DE QUE FORMA? NÃO SERIA SUPERFICIAL?
A GLOBALIZAÇÃO ANIQUILA IDENTIDADES? (Stuart Hall diz que o resultado da globalização é o hibridismo)
RELACIONAR O NOVO MODO DE PRODUÇÃO DAS FÁBRICAS, O TOYOTISMO, COM O NOVO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO E DA EDUCAÇÃO FÍSICA

RESPOSTA DO JOÃO

MESMO QUE NÃO IRREVERSÍVEL, NÃO VOLTAREMOS A UMA SOLIDEZ ANTERIOR
NÃO SOMOS TOTALMENTE LIVRES, ESTAMOS DE ALGUMA FORMA PRESOS EM IDEOLOGIAS (prefiro as práticas de liberdade no sentido foucaultiano, onde escolho até certo ponto os discursos que me subjetivam)

WELLINGTON

ME AJUDOU A PENSAR SE NÃO ESTOU SENDO RASO, E A PERCEBER MINHA SOLIDEZ/LIQUEFAÇÃO

RUBENS

DEFESA DO JOÃO, FALHEI EM ALGUNS ASPECTOS
A IDEIA DE COMPROVAR NÃO CASA MUITO BEM COM A PROPOSTA TEÓRICA
DESNECESSÁRIO CITAR O NOME DOS PROFESSORES
“COMÚM” NA APRESENTAÇÃO
O QUE NOS INCOMODA NÃO É O HIBRIDISMO, NEM DESCONHECEMOS O CONTEXTO QUE DIFICULTA O APROFUNDAMENTO, MAS MESMO ASSIM NOS POSICIONAMOS CONTRA A MISTURA RASA, SUPERFICIAL, A IDEIA QUE DE QUE TUDO É VÁLIDO, SEM A PREOCUPAÇÃO COM OS EFEITOS




segunda-feira, 13 de junho de 2016

2016 – Quinto Encontro GEPEF – 11 Junho

1 – Com grande satisfação, recebemos mais duas novas integrantes para o grupo! Rubens explicou um pouco de nossa trajetória até aqui, sobre os debates, sobre os textos já lidos, sobre o que pretendemos ler para o próximo semestre e sobre a visão de currículo do grupo, não só como uma carta de apresentação, mas sim, como propõe Tomaz Tadeu:

“O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O currículo é trajetória, viagem, percurso. O currículo é autobiografia, nossa vida, curriculum vitae: no currículo se forja a nossa identidade. O currículo é texto, discurso, documento. (SILVA, 2010, pag. 150) ”.

Foi reforçado o convite a todos os integrantes que ainda não participam das reuniões na USP. O grupo é aberto, as sextas feiras, de 15 em 15 dias. Aqueles que tiverem disponibilidade e interesse podem agregar com a “turma de Sorocaba”. Não é necessário nenhum pré-requisito.
Foram expostas as plataformas do grupo: Facebook, WhatsApp, Blog e Grupo de E-mail, onde são compartilhados trabalhos, produções do grupo, dúvidas, eventos, críticas e atualizações sobres as discussões de cada dia. Por falar em eventos, também foi comentado que estamos responsáveis pelo GTT da área de educação no M.A.P.A, assim como a possibilidade de convidar Jocimar Daolio para uma das mesas de discussão. Todos concordamos que seria uma grande contribuição.
Foram todos convidados para o congresso internacional sobre educação que ocorrerá na UNISO nos dias 24 a 26 de outubro. Gostaríamos que todos do grupo estivessem presentes para podermos ter uma participação em peso. A inscrição custará R$ 170,00 reais.
Também foi conversado sobre a possibilidade de ingresso em mestrado nas universidades: UNISO, USP e UNICAMP. Foi destacado, mais uma vez, aos novos e os já membros há algum tempo, que todos, sem exceção, têm a total capacidade de ingressar um mestrado em qualquer uma dessas universidades, principalmente na USP, onde temos uma aproximação maior com o grupo de pesquisa de lá (GPEFE – FEUSP). No entanto, como é exigido o exame de inglês, é necessário que todos os interessados tenham um nível um pouco mais avançado: para tanto, conversamos sobre o curso de inglês que a FEFISO oferece por R$ 60 por mês. Acreditamos que seja viável a todos.
Por fim, planejamos o próximo encontro em quatro partes distintas:
b)     Defesa de Iniciação Científica do membro João Pedro – 20 minutos de apresentação e 40 para discussões, debates e críticas.
c)      Confraternização
d)     Avaliação do semestre atual planejamento do próximo.

211/06 - Tema: Abordagem crítico-superadora (Currículo Cultural)

Leitura principal: SOARES, C. L.; CASTELLANI FILHO, L. C.; BRACHT, V.; ESCOBAR, M. O; VARJAL, E.; TAFFAREL, C. N. Z. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. Capítulo 1 – A Educação Física no Currículo Escolar: Desenvolvimento da Aptidão Física ou Reflexão sobre a cultura corporal.

Leitura complementar: SOUZA JUNIOR, M. et al. Coletivo de autores: a cultura corporal em questão. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 33, n.2, p. 391-411, abr./jun. 2011.

Objetivo: compreender os fundamentos básicos desta visão curricular, atentando para seus legados.

Iniciamos os debates com Rubens perguntando para Bruna e para Monique o que tinham achado dos textos e qual era a (primeira, talvez) impressão sobre o assunto: Bruna disse ter gostado mais do artigo, enquanto Monique disse ter preferido o livro. No entanto, as duas concordam em um ponto: sobre a importância que o Coletivo de Autores dá para a significação das atividades - chamada de “Historicização do Movimento”. É muito importante que elas tenham ressaltado esse ponto, porque é justamente dele que ocorre a gênese para os debates mais atuais. É fundamental que essa questão tenha se tornado a mais importante, pois é justamente disso que o livro trata.
O Coletivo de Autores, de forma bastante enfática e, claro, passível a todo tipo de crítica, nos mostra que o movimento está repleto de significados e imerso em simbologias capitalistas, a qual aflora uma ideologia de exclusão e de busca pelos melhores resultados. Consequentemente, torna os “derrotados”, se assim podemos dizer, acostumados com a derrota e já cientes da “função social” que irão cumprir. Essas funções, de forma “circular”, tornarão a evidenciarem-se em outras atividades que envolvam o movimento, a tomada de decisões e etc. Logo, o Coletivo faz disso seu objeto de estudo: a cultura corporal.
A cultura corporal do Coletivo de Autores é estudada através de uma visão específica: a materialista histórica dialética. Bruna questionou o porquê da denominação “dialética”:
a)               Materialismo: em oposição a ideia platônica de uma essência não mundana, de uma existência perfeita de seres e objetos que não residem nesse plano, o materialismo defende a preocupação com o material, com aquilo que se faz presente e visível no nosso mundo. Uma das frases de Marx, talvez exponha de forma bastante clara seu pensamento: “Até agora os filósofos se preocuparam em interpretar o mundo de várias formas. O que importa é transformá-lo. ”
b)               Histórico/Dialético: entendendo que a compreensão do mundo e da história devem dar-se através da análise hegeliana de realidade resumida em “tese, antítese e síntese” (por exemplo: ponto de vista; contraponto; novo ponto).
Essa cultura corporal foi bastante criticada por alguns autores, como, por exemplo, Eleonor Kunz, que foi lido no encontro passado. Esses autores entendem que, em primeiro lugar, qualquer cultura é corporal, ela não flutua fora do corpo, sendo totalmente dependente dele para o seu surgimento e criação simbólica. Em segundo lugar, criticam a dicotomização entre corpo e mente: por que apenas corporal? A simbologia cultural não é assimilada pela mente? Podemos ter uma cultura cognitiva e uma corporal? Essas, dentre outras que não foram exploradas a fundo pelo grupo, são críticas feitas ao Coletivo.
Dentro da cultura corporal, sob a visão materialista histórica dialética, os autores entendem que o conhecimento se dá de forma espiralada, propondo um aumento do grau de dificuldade das atividades propostas pelos professores. Foi assim, debatido sobre o nosso entendimento de conhecimento, pautado no entendimento rizomático de (não só) Gilles Deleuze, contrário as teorias retilíneas, sejam elas arbóreas ou espiraladas.
Sabemos que esse livro é/foi de grande contribuição para a Educação Física brasileira como um todo. Não objetivamos criticar de forma a rebaixar a obra, mas sim, expondo os avanços que ocorreram na área em relação há mais de 20 anos atrás, ressaltando as conquistas que os debates pós críticos trouxeram para o nosso campo, principalmente em relação as diferenças presentes, que vão além das diferenças classistas, ou da concepção de que todos os males do mundo giram em torno dos problemas classistas, ampliando-se para a discussão racial, étnica, de gênero, intolerância, preconceito, construção e desconstrução de verdades absolutas, entendimentos do senso comum, etc. O Coletivo de Autores nos proporcionou, a ampliação da visão, a reflexão necessária para o entendimento fundamental: seja para o esporte, para o jogo, para a dança ou qualquer outro conteúdo, o âmbito da reflexão está na significação do mesmo, e não na essência do conteúdo. O problema não está no futebol, mas o que trabalhamos através do futebol. Por que separar bom ou ruim, bem e mal, quando podemos nos perguntar: quais discursos tornaram algo bom ou ruim? Quais discursos definiram o bem e o mal sobre algo?
Para finalizar, o companheiro Moska, mais uma vez, nos deixa (como denominada por ele) a “reflexão da semana”: num mundo globalizado, qual currículo se preocupa em trabalhar as diferenças?

REFERÊNCIA:

SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade: Uma introdução as teorias do currículo. 3 ed. 1 reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

SOARES, C. L.; CASTELLANI FILHO, L. C.; BRACHT, V.; ESCOBAR, M. O; VARJAL, E.; TAFFAREL, C. N. Z. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.


SOUZA JUNIOR, M. et al. Coletivo de autores: a cultura corporal em questão. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 33, n.2, p. 391-411, abr./jun. 2011.