1 – Foram apresentados dois novos
participantes do grupo no dia de hoje, assim como foram apresentadas as
propostas, os objetivos e os trabalhos do grupo: Hemerson Patriarca e Tiago
Guilardi.
2 – Alguns
apontamentos para a condução do debate foram expostos:
- · Crítica as propostas progressistas
- · Principais problemas que envolvem o esporte moderno
- · Crítica marxista a Educação Física
- · Esporte no ensino de Primeira à Quarta série
- · Crítica da Psicomotricidade à Educação Física
- · Diferença entre as duas críticas
- · Crítica ao modelo de aula aberta
- · Crítica ao conceito de cultura corporal
- · Crítica ao currículo crítico
- · Análise de sentido no esporte
- · Crítica à ciência esportiva
- · Alienação do homem na sociedade e no esporte
- · Função ideológica dos esportes
- · Estrutura básica para o ensino do esporte emancipador
- · Ação didática comunicativa
- · Transformação pedagógica do esporte
3 – 07/05 - Tema: Abordagem crítica
emancipatória (currículo cultural?)
Leitura
principal: KUNZ, E. Transformação didático-pedagógico do esporte. 6 ed.
Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. Páginas 11-45.
Leitura
complementar: NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Pedagogia da cultura corporal. São Paulo: Phorte, 2006 (Currículo e
Educação Física, páginas 115-120).
Objetivo: compreender os
fundamentos básicos desta visão curricular, questionando a relação desta visão
com o currículo cultural do coletivo de autores.
O debate foi
iniciado com a exposição do posicionamento contrário do autor em relação ao
esportivismo e ao marxismo, algo que foi, no mínimo, bastante inovador, tomando
como ponto de princípio de sua base metodológica a fenomenologia. Digo inovador
pois, tratando-se da época em que o livro foi publicado, aqui no Brasil, posicionar-se
de maneira crítica a “febre” marxista em relação à Educação Física, era um ato
de coragem. Contudo, como discutido, o autor apresentou uma base teórica muito
boa para fundamentar a sua prática.
Para iniciar, é
interessante a exposição das críticas de Kunz sobre como a Educação Física
vinha sendo vista: de um lado, o esportivismo, buscando atletas e a formação de
sujeitos vencedores e perdedores, fundamentados no sonho ditatorial de
propaganda e alienação governamental que, no debate de hoje, encaixa-se muito
bem na questão de emancipação; de outro, a ideia de cultura corporal, proposta
pelos representantes marxistas, onde Kunz busca romper com - segundo ele – a
dicotomização entre corpo e mente proposta, baseando-se em que “todo corpo é um
ser no mundo”. Apesar dos apontamentos, o objetivo do grupo não era o de
discutir sobre os fundamentos da crítica de Eleonor Kunz ao marxismo (mais
precisamente ao coletivo de autores), mas sim, discutir a ideia de emancipação
proposta pelo autor, que se mostrou bastante interessante.
Como exemplo,
pegaremos a “clássica” dinâmica da corrida no atletismo, onde é presa uma fita
na cintura do aluno e este deve correr de forma que a fita permaneça sempre na
horizontal e não seja vencida pela força da gravidade. Qual a ideia? Em geral,
é a de que o aluno se concentre em seu objetivo para com a fita e não seja
exposto ao mecanismo da competição, criando assim a oportunidade de que não haja
vencedores e perdedores, mas apenas participantes. Para Kunz, a emancipação
consiste em libertar-se das amarras ideológicas impostas, talvez não de forma
completa, mas ao menos reconhece-las. Em outras palavras, o aluno se perguntar
o porquê da sua “sede de vitória”; por que ele deve chegar primeiro? Entender
que essas ideologias engendram o seu pensamento de uma forma não essencial, ou
seja, ninguém nasce precisando vencer, mas sim, somos expostos a essa realidade
desde o nascimento. A proposta de emancipação de Kunz, é a proposta de “emancipar-se
de si mesmo”.
Contudo, como
nem tudo são flores, reconhecemos as bases teóricas do autor como muito boas,
assim como a sua apropriação teórica, sua coragem à crítica do marxismo e uma
possível introdução a visão de que todos os problemas do mundo não se resumem
aos problemas classistas propostos por Marx. Porém, qual o real potencial de
libertação dessas aulas “isoladas”? Será que o indivíduo reconhecer que não
precisa chegar em primeiro, pode liberta-lo dessas amarras ideológicas transformando-o
em um ser crítico em relação ao mundo em que ele está imerso? Sua crítica ao
coletivo foi justamente a de criticarem tudo e todo o sistema vigente, não fortalecendo
a discussão metodológica.