sexta-feira, 7 de junho de 2019

01-06-2019 – Aplicações didáticas a partir da Filosofia da Diferença

Iniciamos o encontro com a apresentação das novas pessoas e, foi realizado uma abordagem sobre onde estamos operando, sendo a aprendizagem a partir da filosofia(s) da diferença. Após isso, João Pedro fez o convite a todos sobre o congresso SBCE, que acontecerá no Rio Grande do Sul, sendo o maior congresso de Estudos Culturais da América Latina, e nosso grupo teve 2 trabalhos aceitos. Paulo ficou responsável por colocar na lousa os “princípios didáticos”, um documento que vem sendo desenvolvido no grupo de iniciação científica e na pesquisa do Rubens. Foi exposto este documento para os demais saberem o que estamos produzindo e relacionar com os textos e, também passível a críticas, mudanças, opiniões diferentes etc.
Em seguida a esta introdução, começamos as discussões sobre os textos. Rubens pediu para que primeiramente fizéssemos algumas impressões de leitura, então, Paulo iniciou com uma fala a sobrevoo sobre os textos e, o que mais lhe chamou a atenção foi o conceito de “gesto” proposto no texto “Diferença E Gesto Em Sala De Aula” e, com isso, ele pensou em uma possível pista para o documento que estamos desenvolvendo. A seguir, Elder colocou uma pergunta para o pensar em grupo, com o texto “Deleuze-Guattari e Educação Física Cultural: pedagogia do conceito de ‘escrita-currículo’”, como pensar em no currículo cultural ou em qualquer outro a partir de Deleuze e Guattari? Sendo que para eles os conceitos servem para responder um determinado problema singular e, os currículo expressão a priori determinadas coordenadas.
Clayton e Vitor responderam que esta pergunta é bastante pertinente no grupo GPEF-FEUSP e também estão pensando nisso.  Rubens responde: pode se olhar para os engessamentos ou para os seus rizomas. Todo currículo engessa. Podemos pensar o currículo cultural como uma maneira de dar aula dentro muitas outras possíveis, pensar o que ele tem de bom, os diferentes agenciamentos que ele propõe. Rubens entende que o problema de está na escrita sobre o currículo, pois, a escrita está imersa a estruturas, a territorialização. Mas, podemos pensar em práticas inspiradas pela filosofia(s) da diferença. 
Pensando a partir disso e com outros assuntos, Vitor trás um assunto bastante interessante ao debate, ele faz uma leitura de que a Educação, a Escola enquanto mecanismos de controle trabalham na lógica do que um corpo deve, e, pensar em aulas de Educação Física com esta perspectiva é, também pensar no que o corpo pode. Com a fala do Vitor, Rubens cria um novo princípio para o material que está sendo produzido, sendo ele: “ensinar é, pensar e proporcionar encontros sobre o que pode um corpo, e não só o que deve um corpo”.
Elder propõe uma discussão mais próxima sobre os princípios da aprendizagem e se possível ir relacionando com os textos. Com isso, foi esmiuçando a discussão de cada princípio, pensando sobre as variantes, se cabe críticas, se cabe complementos e outros. Em um dos princípios, é dito que a aprendizagem é sempre imprevisível, mas, Rubens traz uma fala intrigante a pensar, que para ele, a figura do professor é só mais um vetor de muitos em uma aula. Contudo, neste jogo de poder, o professor em sua aula exerce mais poder, então ele pode priorizar o que trabalhar, se não, poderia dar o entender que é tudo incontrolável e, ainda faz uma realça, a Educação é bastante controlada, mas, a aprendizagem escapa, desvia.
Para Andressa e Clayton pensar isso dá um certo alívio, ter consciência de que não seremos professores/as profetas que iremos salvar ou revolucionar o mundo com nossas aulas. Mas sim operando como Silvio Gallo propõe, em uma educação menor, nas micropolíticas. Rubens toma o cuidado de dizer que dar aulas nessa perspectiva é, de certa forma priorizar a invenção, mas, é preciso prudência, pois, nenhuma aula é completamente inventiva ou recognitiva, elas acontecem e não analisar que isso se dá em um processo dicotômico. Entendemos essa perspectiva pela lógica do rizoma, no sentido do “e, e, e...”. Pensando com o texto do Gallo, Elder diz que ensinar é lançar sementes, mas, se a pessoa irá aprender ou não é imprevisível e têm relações com o conceito de tempo-duração de Henri Bergson.
João Pedro, Rubens e Vitor trazem à discussão a teleologia, que foi abordada nos textos para o encontro, e com isso, pensam em: ter direito à uma teleologia docente, e conforme a discussão propuseram isso como mais um princípio. Em linhas gerais, esses foram alguns dos acontecimentos discutido neste encontro. Após isso e devido ao horário, foi aberto a discussão para leituras no próximo semestre, sendo que, sempre estamos tentando outras propostas, neste semestre foram escolhidos de 4 a 6 artigos por encontro e discutir a partir deles. Contudo, foi pautado que, seria mais interessante pensar em 3 artigos para que, todos possam ler e gerar um dialogo melhor. Outra proposta foi pegar um livro e em cada encontro discutir um capítulo e, se preciso alguns artigos introdutórios. A proposta de ler um livro para o próximo semestre aderiu mais força e caminharemos nesta perspectiva. Assim, encerramos mais um semestre.
Princípios do encontro:
- Estar atendo aos gestos em sala de aula como convite a aprendizagem dos signos;
- Pensar no que o corpo pode, não só que o que o corpo deve;
- Direito à teleología docente;
- Ensinar é “lançar sementes” (Gallo) e têm seu tempo e duração singular (Bergson), ou seja, algo pode fazer sentido após determinado tempo que é sempre imprevisível.





PS: Notas da Eliza abaixo.

Vídeo potência....
É difícil pensar de forma não dicotomia
Desafio em perceber os momentos de potência
Ao mesmo tempo que pode possibilitar os bons
encontros pode proporcionar também os maus
encontros(tédio, sem pensamentos), além de que
há uma expectativa do aluno em chegar e ter uma
queimada e se decepciona por ser outro conteúdo
As vezes o professor chega sen potência e tem a
potência aumentada pelos alunos, do encontro
com os alunos.
Texto Silvio Galo- recognição, representação, ao tentar
entender o outro a partir de explicar o outro a partir do
que eu penso. O outro é inapreensivel, é singular.
A educação é um empreendimento coletivo, é sempre
encontro por isso esta ideia de alteridade. Os corpos
podem coexistir sem encontro. O aprendizado
foge ao controle, se aprende o que o professor
nem imaginava ensinar
Professor enquanto atrator de afetos
Numa aula a gente sabe o que esta em jogo, uma
máquina social que nos amarra, não é fugir, talvez
resistir pra não viver de forma impotente. O que faço
a partir do que é dado pode ser encontro de potência,
ferramenta para movimentar ideias, o sujeito não quer
estar na faculdade as 7 da manhã mas o Rubens falou
sobre usar do poder para virar potência.
Educação como vetor de produção de singularidades,

em sentido deleuziano e anarquista.
Não é possível saber e controlar como alguém
aprende. É produção e movimentos que pensar o
singular parece que não chega a lugar algum.
O Clayton perguntou o que vetor de singularidades
produz potência? Olha a gente não pode
homogeneizar vamos singulizar, sendo assim uma
nova norma, uma nova homogeneizar.
Separar o que acontece do que o professor espera, a
perspectiva da filosofia da diferença sabe o construto
social e se propõe a movimentar o pensamento,
a moderna também produz singularidades mas
talvez não sabe.
Em alguns momentos precisa ser estruturado para
ser compartilhado mas apesar desta estruturação o
professor é só mais um vetor e mais uma força.
Como defende em uma tese em imanência mas
viver na transcendência? Pode ser uma alternativa
pois te leva ao limbo, não te da respostas, é a
transcendência te conforta.
Você se rende a ferramenta que você tem, te
trás um conforto.
Diversos modos de vida já se intiguiram mas
a igreja não.
Articulação entre micro e macro, a gente age no
micro e o que seria? No espaço e no tempo, é aqui
pois quando você vira a esquina já é atravessado
por outras coisas.
O aluno não aprendeu a culpa é do professor e os pro‐
fessores que lembramos é aqueles que identificamos

que ensinaram as mais coisas pois estamos na lógica
de que queremos dar a resposta certa.
Tem as linhas de força d graduação, da pós... Tem a
questão que estamos produzindo ciência.
1 Sensibilidade ao devir potência;
2 Modulação do controle;
3 Articulação micro/macropolitica;
4 Experimentação dos encontros;
5 Organização dos encontros;
6 Avaliar constantemente o processo;
7 Estar atento às misérias;
8 Sempre produzir singularidades;
9 Dar aulas sobre o que buscamos aprender e
não o que já sabemos;
10 Ensinar inventivamente é imprevisível;
11 Ensinar é possibilitar a invenção do problema
12 O professor é um artista;
13 A potência está (pode estar) na indagação;
14 Não se apaixonar pelo poder;
15 Ensinar é produzir máquina de guerra;
16 Proporcionar encontros com direito aos
próprios problemas;
17 Estar atento aos gestos;
18 Lançar sementes
19 Direito a teleologia docente.
Avaliar não é a mesma coisa que dar nota, dar nota
é só preencher requisitos que você tem que cumprir
e que você acordar com os pares, já avaliar é olhar
para o processo, olhar para os afetos. O próprio
professor se avaliando mas da ordem dos afetos,

não dá racionalidade, você intui que a aula tá ou não
produzindo potências.
Texto Pedro- Ensinar é o que pode um corpo,
espaços dados para experimentar. Pensar o que
pode e não o que é!
Produzir uma máquina de guerra enquanto aquela que
questiona a máquina social, com relação de afetos.
Pode muito bem por exemplo num partido político o
discurso ser máquina de guerra, discurso da diferença
mas chega no poder e pressupõe homogeneização,
então não existe poder de direita ou esquerda mas
graus de cumprir a máquina social.
Livro de Deleuze: Nietzsche.
O anti Édito
Reuniões de experimentações: Filosofias da diferença
é educação- Maria dos Remédios de Brito e Silvio Galo
- Entre as linhas da Educação e da diferença