quarta-feira, 7 de abril de 2021

FIM DO BLOG

 Este blog surgiu como uma experiência de registro das nossas atividades no Grupo de Pesquisas em Pedagogia da Educação Física da FEFISO-Sorocaba.

Ao longo desses anos, novas tecnologias e redes foram surgindo. A utilização dos blogs arrefeceram ou quase morreram, de modo que migramos para o YouTube.

Ficará por aqui, no entanto, o percurso traçado desde o início.

Um abraços a todos, continuemos por outros meios.

Prof. Rubens

Entrevista com o professor Mário Nunes – 27/03/2021

 




O encontro de hoje, foi baseado em um modo de entrevistas, com referencias da Educação Física, para tanto, como convidado teremos a participação do professor Mário Nunes. Para iniciar, Rubens propôs o Mário se apresentar e falar um pouco de sua trajetória relacionada com a cultura corporal. Mário, então, inicia destacando a presença do João, um aluno da sua primeira turma no Ensino Superior, que se destaca por, em meio sua formação, tendo as aulas com Mário, conversava muito com seu amigo no estágio sobre a proposta de uma perspectiva cultural da Educação Física. Uma coisa muito específica que Mário destaca em sua trajetória é o acaso. Pois, foi morar em Santos aos cinco anos, e lá, ambiente de praia, ele e seus amigos, uma das práticas comuns na beira da praia era o futebol. E em sua adolescência foi jogar na base do Santos, tinha um contato muito forte com o futebol e sempre ia aos jogos da Portuguesa.

Em meio a isso, urge uma pergunta sobre como foi a formação do Mário, como estava a Educação Física predominante naquela época? Mário aponta que, naquele momento específico, a Educação Física que predominava era a proposta Esportivista, logo, para ingressar na faculdade era necessário fazer prova de avaliação física, e no discorrer o que era requerido era o saber fazer as práticas corporais. Outro ponto interessante que Mário destaca é que, o Marcos Neira estudou na mesma faculdade que ele, e ainda foi bicho dele, mas nunca tiveram um contato por lá.

Em meio a isso, perguntamos – como foi seu contato com a área pós formado? Mário diz que, começou a trabalhar como professor na escola que estudos e também a dar aulas em escolas públicas. Aos 23 anos assume como coordenador esportivo, e um tempo depois como coordenador num âmbito mais geral da escola. Todavia, sempre continuou dando aula em escolas públicas de São Paulo. Naquela época, estava muito forte na Educação as propostas de Piaget e a perspectiva psicomotora. Contudo, ao frequentar uma feira de livros, um professor amigo, indica para ele um livro, “A Educação Física cuida do corpo e... ‘mente’”, na qual o autor anuncia uma crise da Educação Física e a importância de tal crise. Com isso, surge as propostas renovadoras para a Educação Física. E após esses movimentos, Mário passa a ter um contato mais próximo e intenso da universidade. Lá se inscreve como aluno na USP, nas aulas com Katia Rubio, que passado um tempo, viria a ser sua orientadora de mestrado.

Em conjunto a isso, vale destacar que foi nas aulas com a professora Katia que Mário teve o contato com o referencial dos Estudos Culturais. E que, também, se inscreveu num curso, onde Marcos dava aula, e logo na primeira aula, Mário começa a questionar algumas coisas aceca de o curso estar pautado nas teorias psi e do multiculturalismo. No intervalo do curso, Marcos convida Mário para tomar um café e conversar mais sobre, e esse foi o primeiro contato dos criadores Marcos Neira e Mário Nunes da perspectiva cultural da Educação Física. Com isso, Marcos já era professor na USP, e cria em conjunto com Mário o grupo GPEF[1].

Para finalizar, Mário apresentou seu processo acadêmico, na pesquisa de doutorado, sobre o que estudou e como foi, assim como no pós-doutorado, o que vem estudando, o que pretende e como se deu seu ingresso como professor na FEF UNICAMP e a fundação do grupo Transgressores. Para encerrar, agradecemos a participação e colaboração do professor Mário Nunes.

Resumo: Mário estudou no ensino básico num país que enfrentava a ditadura militar, e a Educação Física estava bastante associada ao Esportivismo. Se formou em Educação Física na mesma perspectiva. No inicio dos anos 2000, criou em conjunto com o Marcos Neira uma perspectiva cultural / pós-crítica da Educação Física, em conjunto com o grupo GPEF, que um dos grandes diferenciais essa proposta é o vinculo dos professores e professoras do chão da escola para com as produções e teorias acadêmicas. E que nos dias de hoje, Mário é professor na FEF UNICAMP, na qual ministra aulas na graduação e pós-graduação, e orienta pesquisas de monografia, iniciação científica, mestrado e doutorado. Junto a isso, se dedica a estar sempre pesquisando/estudando/atualizando/repensando junto com os grupos a potente proposta cultural da Educação Física, pois, fazendo jus a seu referencial, é algo que está em constante movimento e transformação. Não é uma teoria fechada, estática que explica e dá respostas para tudo, mas que, se dedica a estar em constante metamorfose. Essas são algumas das contribuições do professor Mário Nunes para a Educação Física.



[1] Link de acesso as produções do grupo: < http://www.gpef.fe.usp.br/ >.