Texto: Significações acerca do currículo
formador – egressos (as) do curso de licenciatura em Educação Física.
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Demos início a palestra virtual de João Pedro, membro
fundador do grupo GEPEF-FEFISO, e como ele mesmo falou que, nunca havia
produzido algo um pouco mais distante do grupo, mesmo que sempre estando junto,
pois eram outros problemas. Ele realizou seu mestrado na PPGED[1]
UFSCar Sorocaba em Educação, voltado em um viés crítico. A partir disso, João
elenca que não é especialista na área de formação de professores, e propõe um
diálogo, onde em qualquer momento qualquer pessoa pode comentar o que quiser.
João Pedro explica que existe duas grandes áreas da
formação, sendo: formação inicial e formação continuada. A formação inicial é
todo o percurso percorrido na graduação, e a formação continuada é tudo aquilo
que se faz após formado (a), ou seja, pós-graduação, cursos, especializações
entre outros. Após isso, João apontou quais autores (as) ela utilizou em sua
pesquisa para compor o quadro teórico, sucedendo de autores pós-estruturalistas
com uma concentração maior em Stuart Hall.
Movido a isso, ele nos contou sobre seu encontro com
tema, encontro com seu problema, através de uma experiência que viveu no chão
da escola, e passou por uma frustração, no sentimento de achar que não estava
fazendo o melhor de si e ele mesmo não acreditava muito naquilo. Então, foi
trabalhar em uma indústria, mas trabalhando como ajudante geral, não parava de
pensar nas questões acerca da educação, educação física, escola, currículo...
foi lá que pensou – será que só eu que passei por essa experiência? Essa
frustação de que o currículo formador não deu conta de preparar ao chão da
escola?
João tinha um sentimento, uma intuição de que havia
mais pessoas passaram e passam por isso, a partir disso, veio a ideia de
investigar as significações dos egressos do curso de licenciatura em Educação
Física acerca do currículo formador.
Em sua metodologia, João se enveredou sobre uma
análise documental e a partir disso planejou entrevistas semiestruturadas, com
quatro egressos (as) de duas instituições diferentes. Foi baseada nos DCN’s
(Diretrizes Curriculares Nacionais) enquanto análise documental, e a entrevista
foi pensada em cinco eixos iniciais, sendo questões acerca da: formação;
identidades; transições; posicionamentos; a pesquisa na formação. Lembrando
que, a entrevista como semiestruturada está aberta para discutir outras
questões imanentes no momento.
Caminhando para o fim da apresentação de sua pesquisa,
João aponto as analises, uma vez que sua ideia era investigar os efeitos do
currículo formador nos/as egressos/as. Este bloco tem o título de
remontando-traduzindo (significações), assim, como os efeitos que João notou,
ele destacou que: a licenciatura em segundo plano; os discentes têm que
selecionar sobre o que se fala de educação; a formação inicial não será
suficiente; currículo em movimento; defasagem de si; mérito individual (sucesso
ou fracasso); uma ordem salvacionista; movimento sempre, o/a egresso/a não pode
estacionar; distância da formação e prática atual.
João Pedro conclui com sua dissertação que, há lacunas
no currículo da formação inicial (teoria e/ou prática escolar), notou uma
passividade na maioria dos depoimentos, encontrou também muitas falas
associadas à lógica de mercado contemporâneo e a tradicionalidade da formação.
E na tentativa de pensar em algo no lugar, no sentido de propor algo, ele
aposta em um trabalho cultural mais amplo e transitar nos mapas do sentido.
Feito isso, João encerra com algumas perguntas convidando os participantes ao
diálogo, uma conversa acerca do tema. Perguntas como: quem se formou viu isso?
Quem está na formação como vê isso? O que acham dessas “significações”? O que
acharam das proposições, poderíamos pensar em outras?
Rubens relembra da importância desse tema e o grupo é
composto por pessoas que estão na graduação, recém-formados, pessoal da
pós-graduação e alguns pesquisadores. Assim, Moska, cita que a Renata estava no
encontro, e que seria interessante ela comentar o que achou, pois, ela também
pesquisando sobre formação inicial em sua dissertação de mestrado. Renata diz
que trabalha direto com a formação inicial, é coordenadora na rede de
Votorantim, e comentou que sua pesquisa tem muitas relações com a do João,
porém sua dificuldade é pensar a formação com um referencial pós-crítico.
Moska comenta que se tivesse tido contato com esse
trabalho, talvez sua concepção de vida, pois abre muito espaço para questionar,
pensar, criar, experimentar outras coisas. Marina, mestranda e pesquisadora do
grupo transgressão na UNICAMP, fala que em sua pesquisa não se atentou muito
com as questões de currículo formador, mas sim no currículo no ensino básico e
aponta ser interessante pensar algo no lugar. Assim, Rubens e Moska comentaram
sobre a possibilidade de experimentar outros espaços na formação inicial, sendo
grupos de estudos, ensino voltado a pesquisa, cursos de extensão.
Elder aponta que
seria interessante não pensar formação inicial e continuada como polos
distintos, longes, mas que se atravessem, se cruzem mais vezes, uma formação
hibrida. João comenta que existe um pesquisador que sugere isso, e que a ideia
para seu doutorado em pensar algo nesse sentido. E encerramos com a questão do
Paulo que, é necessário ter sensibilidade aos afetos e emoções, fundamental
discutir as emoções, pois a parte mais racional aprendemos a lhe dar bem, uma
vez que não temos isso na formação inicial.
[1] Programa de Pós Graduação em Educação – PPGED, disponível em: <http://www.ppged.ufscar.br/pt-br >.