sexta-feira, 20 de março de 2020

2º Encontro 1º semestre 2020 – 14.03.2020 – Palestra de Acácio Augusto – Educação Libertária





2º Encontro – 14.03.2020 – Palestra de Acácio Augusto – Educação Libertária

Iniciamos a palestra com o professor convidado Acácio Augusto, sendo esta conexão através do meio virtual, via Skype, meio este que estamos a cada vez mais se apropriando dele. Acácio inicia sua fala expondo alguns caminhos percorridos e quais pontos ele abordaria. Lembrando que para este encontro Acácio indicou a leitura do livro: Anarquismos e Educação, escrito por autoria de Edson Passetti e Acácio Augusto. A partir disso, entramos em um acordo, onde Acácio teria um tempo para fazer uma abordagem introdutória e após sua fala ou até mesmo durante nós estaríamos convidados para lançar perguntas, dúvidas, questionamentos, críticas etc.
Com isso, Acácio cita alguns autores dos quais descreve no livro, muito influenciado pela filosofia francesa contemporânea, com ênfase em Gilles Deleuze, Félix Guattari e principalmente em Michel Foucault. Em um dos temas tocados, Acácio nos fala sobre a escola, instituição moderna por excelência, dobrando em uma sociedade da obediência, que é movida através de castigo e recompensa.
Todavia, pensar a educação, logo a escola a partir da lógica do anarquismo, nos leva a percorrer outros caminhos, pois, é um modo de viver que recusa esse jogo dialético de obedecer e mandar. Porém, notamos que a partir o desse movimento estabelecido de castigo e recompensa, torna-se mais fácil governar condutas, pois é gerado certos traumas e receios, com pequenas atitudes diárias no cotidiano escolar, e também em outros espaços.
Ainda com Acácio, expondo ideias acerca da educação libertária, ele nos conta que foi criado um modelo de Educação Libertária que foi capturada pelo neoliberalismo, associada com o acúmulo de capital. Contudo, vemos que sempre toda ideia nova corre riscos, riscos de ser capturada e assim criarem modelos universais a partir disso. Acácio Augusto faz uma ressalva e diz que acredita em experiências de uma educação libertária, isto é, em certos momentos contextualizados há de ser promovido/propiciado espaços para uma experiência libertária, práticas libertárias. Movimentos menores, menor como resistência, como luta.
Com isso, Rubens aproveita a deixa e traz a discussão mais próximo do campo da Educação Física, expondo que na primeira palestra desse semestre tivemos a palestra com ele sobre como pensar uma educação física menor e que há muitas convergências com os estudos de anarquismos e educação. Acácio achou bastante potente essa ideia de Educação Física menor. Assim, o encontro foi aberto as perguntas. Junior pergunta o porquê do uso de anarquismos no plural. Acácio comenta que ele utiliza o conceito no plural justamente porque são um conjunto de práticas.
Luiz pede para Acácio explorar sobre a educação libertadora de Paulo Freire e a educação libertária a partir dos movimentos de anarquismos. Acácio pontua que algumas diferenças, com por exemplo a concepção de sujeito na educação libertadora de Freire, ele elenca que o sujeito pensado a partir de Paulo Freire está bastante ancorado na Razão kantiana. Também mostra alguns limites do sujeito autônomo. Todavia, faz uma ressalva, diz que são pensamentos diferentes e a ideia não é de destruir Freire, sim apontar limites e diferenças e coloca sua importância para o Brasil e mundo.
Elder pergunta como seria pensar o cotidiano escolar a partir do referencial elencado por Acácio Augusto. Acácio expõe que é uma questão bastante difícil, e que na escola isso se torna ainda mais complicado, pois a escola é a instituição moderna por excelência. Ele deu alguns exemplos de suas experiências como professor do ensino fundamental e médio e faz uma diferença bastante interessante de autoridade e autoritarismo. Dando como exemplo que o professor tem certa autoridade em determinados assuntos, porém ser autoritário seria uma conduta fascista.
Caminhando ao fim do encontro, Acácio nos diz a partir de suas experiências e experimentos a sensibilidade têm bastante diferencial, pois, com ela é possível pensar em práticas mais atrativas para seu contexto. Para finalizar, Acácio diz que a Educação pode escolher olhar pela potência e pela falta, porém é sempre repetido o mesmo sistema, adotado pela falta. Sendo esta falta como notas, comportamentos, negar a vida agora para viver uma vida desejável no futuro, está sempre faltando algo nos alunos e alunas. Então faz-se necessário resistir cotidianamente para uma educação não fascista, uma educação libertária.


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