Demos início a defesa de iniciação científica, da
Gabriela Andreotti, membra do grupo de Estudos GEPEF FEFISO, quinta-feira, dia
18 de junho, às 14:00, com a apresentação remota, via Skype. A banca foi
composta por: Adriane Gehres da Universidade de Pernambuco e Íris Santoro da
FEFISO. Assim, começamos com uma exposição da Gabriela acerca de sua pesquisa,
e ela inicia falando de sua breve trajetória com o contato com o Ballet
clássico e a imersão nos estudos de Filosofia da Diferença, cursando Educação
Física. Gabriela aponta que utilizou esses estudos como uma ferramenta para
aprimorar e lhe ajudar a pensar a sua prática no ballet, mas que,
consequentemente dobra em sua vida. Ela percebeu que nessa perspectiva, de
aprendizagem inventiva, o foco passa a ser na aprendizagem e não somente no
ensinar (papel do professor/a), e que uma das características que ela vê nisso
é a experimentação, mas, como estar aberto à experimentação, uma vez que os
movimentos no ballet já estão moldados e bem definidos e há uma cobrança
excessiva na técnica?
Essa cobrança de um movimento já estruturado e
esperado nas provas e sistemas avaliativos, Gabriela relata que teve bastante
dificuldades, e, ainda mais, esse modo como o único mata as singularidades e
acaba moldando os alunos e alunas e também as professoras e professores. Ciente
de tais problemas, Andreotti faz alianças com o método de cartografia para
fazer pesquisa o seu cotidiano, a sua prática diária, e com isso, elenca uma
diferença da concepção dos membros avaliativos no ballet, entre a técnica e
criação, ou, como ela escreve em seu trabalho, cognição e criação. Por fim,
sugere e pretende dar aulas com o foco nas individualidades de seus alunos e
alunas, mesmo dentro de métodos rígidos, elenca que uma via possível é criar
pequenas rachaduras, como vem experimentando em suas aulas, um ensino que
priorize as potencialidades do que o corpo pode, e não apenas dizer o que ele
deve.
Após a apresentação, Adriana inicia sua fala a
respeito ao trabalho, ela começa parabenizando a Gabriela e Rubens (orientador)
pelo trabalho e o convite para participar da banca. Em sua fala ela buscaria
elencar algumas perguntas à Gabriela, pois os comentários e sugestões ela
deixou no texto e se comprometeu em mandar a eles. Assim, Adriana, diz que é
muito interessante, pois ao decorrer do texto é levantado várias perguntas, e
diz que a potência do processo é criar questões e perguntar e não
necessariamente dar uma resposta final a elas, como Gabriela bem elenca em seu
trabalho. Pensar as questões enquanto gasolina que que propicia o movimento.
Ainda com as perguntas que Gabriela levando em sua
pesquisa, Adriana questiona: que outras perguntas podemos fazer? O que podemos
perguntar ao ballet? Gabriela responde que, em sua pesquisa, em vários momentos
ela teve que fechar e focar em seu objeto, se não a pesquisa não termina. A
partir disso, Adriana faz uma conexão com a apresentação, da cognição e
criação, ela elenca que, algo relacionado com isso, circula na dança com outros
conceitos de técnica e expressão, e
a pesquisa da Gabriela contempla isso, pois ela se coloca a discutir sobre isso
e também é uma discussão pertinente na dança.
Adriana chama atenção e uma parte do texto que fala
sobre a liberdade e experimentação para além da técnica, que diz o seguinte: para
minha surpresa, elas foram bem nas avaliações finais. Gabriela responde: o maior desafio era para mim enquanto
professora, pois elas já estavam acostumadas com as técnicas. Mas nas
apresentações pude perceber que elas estavam mais felizes e mais soltas. A
isso, Adriana coloca: a dança por si só é expressão e não somente o sorriso.
Como última questão, Adriana pergunta: a criação não pode ser treinável? Gabriela
responde: penso que fugiria da proposta
de aprendizagem inventiva, assim voltaria a representação, a imagens, mas, em
minha prática trabalho certos momentos mais com um e em outros momentos, com
uma predominância no outro.
Na sequência, Íris Santoro assume a fala, e inicia parabenizando, pois ela
afirma que vê a Gabriela na pesquisa, imersa nesse turbilhão de coisas, e aos
poucos vai tirando essa “capa de professor”. Íris pede para que Gabriela fale
um pouco sobre o que ela encontrou na literatura, quais foram os choques e
dificuldades, com esses encontros e desencontros de em um momento
Gabriela-aluna na FEFISO, e em outros Gabriela-professora de ballet e como isso
resultou em suas aulas? Gabriela responde: sempre foi um choque e se via numa
dança muito fechada, com técnicas, modos predeterminados, estruturados e
universais, mas com a filosofia da diferença, uma vez que elas não negam as
técnicas, a imagem, um modo de se fazer, mas que preferência outros caminhos, o
do devir, do processo, da criação, me senti aos poucos mais à vontade.
Enveredando dentro de uma proposta de uma pedagogia da
diferença, Íris pergunta: se nessa perspectiva há uma valorização ao processo,
por que muitas vezes você estava presa na avaliação? Gabriela elenca: onde eu
trabalho a avaliação é cobrado dentro do projeto e no planejamento e logo pega
bastante para mim, outro ponto é que as alunas e seus pais têm essa vontade, de
passar de nível, de saber a técnicas. Como última pergunta, Íris coloca: o que
você espera desse estudo? Da sua pesquisa? Gabriela: não espero chegar em algo
pronto, único, fechado, e sim formas de trabalhar diferentes, nem que seja só para
mim, nas minhas aulas, com as minhas alunas, vejo como o suficiente para mim.
Com isso, terminamos mais uma defesa de iniciação científica, com as
palavras finais de Gabriela e Rubens, seu orientador e coordenador do grupo.
Rubens ressalta que é muito rico e importante ver a banca fazendo perguntas à
Gabriela e ele respondendo, se forçando a pensar, e os comentários, perguntas e
críticas serão todos revisitados e trabalhados, pois o grupo pretende fazer um
compilado de iniciação científica e publicar em forma de livro.
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