Na data de hoje, o encontro foi aberto de uma forma
diferente do que estamos acostumados, começando direto pelo debate do texto.
Contudo, apenas por motivos de padronização, apontarei os “recados” primeiro:
1 – SEMEF FEUSP em Julho, dias 24 e
25. Trabalhos devem ser enviados até 01 de junho.
2 – Nomes sugeridos para compor as mesas
de manhã e de tarde, onde serão expostas as ideias (não citarei nome daqueles
que deram sugestões pois falhei com o amigo Moska da última vez, como bem
lembrado por ele mesmo):
- João Batista
Freire
- Marcelo Hungaro
- Mario Nunes
- Marcos Neira
- Marcílio de Souza Júnior
- Jocimar Daolio
- Valter Bracht
- Oswaldo Luis Nunes
- Marcelo Hungaro
- Mario Nunes
- Marcos Neira
- Marcílio de Souza Júnior
- Jocimar Daolio
- Valter Bracht
- Oswaldo Luis Nunes
- Walter Roberto
Correia.
Dentro disso, Rubens sugeriu um novo
nome para a mesa redonda: “Currículos da Educação Física e diferença”, não
levando em consideração o conceito de filosofia da diferença, mas apenas as
diferenças entre uma visão e outra. Vale lembrar que ainda estamos esperando
uma ideia de nome que relacione Currículo e o Capitão América – qualquer
sugestão é bem vinda.
3 – Rubens
também comentou conosco que irá criar um grupo de email para que todos
compartilhem seus trabalhos, ou seja, ao invés de mandar um artigo, por
exemplo, apenas para o orientador revisar, poderemos mandar para todos do grupo
revisarem, o que certamente aumentará significativamente a qualidade dos
trabalhos!
4 – 23/04
- Tema: Currículo Desenvolvimentista
Leitura principal: MANOEL, E. J. A Abordagem desenvolvimentista da Educação Física Escolar – 20 anos: uma visão pessoal. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v.19, n.4, p.473-488, 4º trimestre 2008.
Leitura complementar: NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Educação Física, Currículo e Cultura. São Paulo: Phorte, 2009 (Teorização curricular e Educação Física, páginas 57-79).
Objetivo: compreender os fundamentos básicos desta visão curricular.
Leitura principal: MANOEL, E. J. A Abordagem desenvolvimentista da Educação Física Escolar – 20 anos: uma visão pessoal. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v.19, n.4, p.473-488, 4º trimestre 2008.
Leitura complementar: NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Educação Física, Currículo e Cultura. São Paulo: Phorte, 2009 (Teorização curricular e Educação Física, páginas 57-79).
Objetivo: compreender os fundamentos básicos desta visão curricular.
Abrimos os debates com a exploração proposta por Moska, da
nossa concepção fechada sobre o desenvolvimentismo. Segundo a leitura, pudemos
perceber que, pelo menos para esse autor, o desenvolvimentismo busca ir além do
que apenas o motor; e ele deixa isso claro quando cita “a cultura” envolvida no
desenvolvimento, algumas vezes no texto. Sobre isso, Clayton fez uma
intervenção bastante interessante, quando diz entender que, para Manoel, a
abordagem desenvolvimentista é um filho renegado, e que Go Tani, num artigo[1]
com o mesmo nome do que lemos, defende até o fim a ideia de uma Educação Física
e de um desenvolvimentismo voltado para o desenvolvimento motor.
Sabemos que, dificilmente, essa concepção da Educação Física
vai levar em conta as questões filosóficas que envolvem o próprio ambiente da
aula, voltando-se para o movimento como único meio e fim. Dentro disso, Rubens
apontou que o sentimento de mágoa que o autor expressa no final, é o de nunca
ter conseguido formular, de fato, um currículo do desenvolvimentismo e, por
diversos fatores, ficaram apenas nas bases que se sustentam até hoje. Bases
essas tanto atacadas pelos marxistas, que sem querer fizeram uma propaganda
inversa dessa concepção. Anderson, um representante do grupo adepto ao
desenvolvimentismo, nos lembrou que essa concepção não foi criada por esses
autores, mas sim pelos professores no dia a dia escolar, na prática, eles
apenas expuseram – e continuam expondo – as bases científicas dessas
concepções, onde fica claro que o objetivo não é o de se enveredar pelos
aspectos sociais que envolvem as crianças, o grupo, a escola, a comunidade etc.,
e sim, potencializar o movimento de cada um.
Uma das críticas propostas é a do afastamento da pedagogia. O
desenvolvimentismo, por lidar muito com a “ciência de laboratório”, acaba por
tornar-se fria, ou seja, preocupada com novas pesquisas e novas descobertas
sobre novas fases entre um movimento e outro, o que poderá gerar um novo artigo
em alguma revista médica. Se essa concepção possui versões e visões diferentes,
ou possui visões distorcidas que são disseminadas, tanto que o autor ressalta
isso quase o texto inteiro na dita “visão do senso comum”, por que nunca foi
publicado um livro sobre a “pedagogia distorcida” que é aplicada?
Apesar da discussão de cultura, o texto mostra-se contrário a
visão marxista ou toda intervenção que possa debater problemas mais complexos
da sociedade em questão, que os educandos estarão inseridos. Neira e Nunes, na
leitura complementar, “aproximam” o desenvolvimentismo do tecnicismo, deixando
claro para nós a herança de uma concepção para com a outra. Dessa forma,
podemos pensar que essa desapropriação da questão social do currículo
desenvolvimentista seja uma forma de romper com o tecnicismo? Entendemos que
não, pois – dificilmente – existirá neutralidade; muito menos tratando-se de
concepções da educação e de currículo.
Como bem observado por Clayton, a Educação Física da
finlândia tem uma concepção desenvolvimentista; porém, os contextos de
desigualdade social são bem diferentes do Brasil. O desenvolvimentismo talvez
funcionasse em uma sociedade perfeita, onde nada mais deve ser debatido e as
maiores preocupações fossem com o aprimoramento das habilidades motoras. Até
aqui, na nossa visão, a argumentação continua sendo pobre; de maior sucesso, de
mais fácil aplicabilidade, porém, sem maiores intenções sociais.
Contudo, tivemos a oportunidade de acompanhar no texto uma
trajetória diferente do que conhecíamos do desenvolvimentismo, o que permite
uma familiarização maior com a concepção e, quem sabe, um olhar diferente sobre
a mesma. Ficou claro, pelo que nos propõe o autor, que o desenvolvimentismo vai
bem além daquilo que nós estamos acostumados a imaginar, ou até como ele mesmo
cita: “o desenvolvimentismo não está concluído ainda”. É comum que na prática
do dia a dia, ele seja voltado apenas para desenvolver o movimento, porém,
Manuel, de certa forma, clamou por uma nova visão, menos restrita do que vem a
ser essa concepção, contradizendo todas as nossas certezas. Uso das palavras do
companheiro Moska para encerrar – também - o texto: “será que toda a nossa
crítica não está embasada na visão do senso comum sobre o desenvolvimentismo? ”.
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