sexta-feira, 16 de agosto de 2019

10-08-2019 - 1º Capítulo - Nietzsche e a Filosofia


Iniciamos nosso primeiro encontro do segundo semestre, no sábado dia 10, às 9h de agosto de 2019. Demos boas vindas as novas participantes, Sofia, Sabrina e Kettelin, do 1º semestre da FEFISO/ACM. Começamos nossa reunião com Rubens dizendo que, neste semestre, com a sugestão de Elder, todo encontro faremos um café coletivo, sendo algo simples, para não pesar financeiramente a ninguém. Ainda Rubens, expôs como o grupo trabalha, e foi feito um convite aos congressos que iremos participar e realçando a presença dos iniciantes científicos que submeteram trabalhos. Sendo eles os congressos do semestre: CONBRACE no Rio Grande do Norte, Conexões na UNICAMP e SEMEF na USP.
Foi então apresentado o que iremos discutir esse semestre e, não menos importante, realçando o que estudamos nos anos anteriores, fazendo assim uma rápida abordagem ao documento que vem sendo desenvolvido em conjunto com o grupo “pistas da aprendizagem”, onde se é criado pistas como poder ser aprender e ensinar na perspectiva da filosofia de diferença. Foi apontado também, já relacionando com o livro que iremos discutir no semestre, as intersecções, os agenciamentos de Nietzsche e Deleuze. Por conta de tais problemáticas, foi justificado o porquê desta leitura, pois Nietzsche é um Filósofo que afirma a vida. E a perspectiva que o grupo vem pesquisando é um autor que começa esse movimento do pensar diferente. E uma das lutas dele era sobre a moral que delimita modos de vida, modos de ser, de agir, a moral aqui, é entendida enquanto algo transcendente.
Consequentemente, Rubens cita alguns vídeos que pode servir de apoio para mergulhar nesses novos mares, sendo de fácil acesso e se encontro no You Tube, palestras de: Roberto Machado, Amauri Ferreira, Oswaldo Giacóia, Clóvis de Barros e outros. Após essa abordagem, foi aberto espaço para as impressões de leituras, onde todos e todas tiveram espaço de fala a dizer sobre o que haviam achado do texto, se estava fácil ou difícil, quais foram as dúvidas, incômodos e o que quiser. Paulo abriu essa discussão com alguns comentários, afirmando a diferença de ler Nietzsche e ler Nietzsche de Deleuze, pois Deleuze escreve aos seus modos, e deixa um tanto quanto mais acessível, o mesmo ainda afirma que sentiu uma facilidade de ler, pois já fazia um tempo que vem lendo coisas nesta perspectiva. Para Elder, a leitura lhe pareceu um tanto estranha, eram outros vocábulos, outros modos operantes, outras estruturas e diz sobre a fase de Gilles Deleuze enquanto jovem comentador, um acadêmico, e sobre seu encontro com Félix Guattari.
João Pedro, sentiu uma certa facilidade também e gostou bastante do movimento em que Nietzsche faz de ligar a Filosofia/Ciência com a Religião. Lucas diz que lhe pareceu difícil, mas não se prendeu muito em conceitos específicos, porém buscou entender o de maneira mais geral, citou o trecho “os deuses morreram, mas morreram de rir ouvindo um Deus dizer que era único” (DELEUZE, 2018, p. 12). Clayton, bastante intrigado com as relações sobre a moral, expõe uma questão para o grupo: é possível ser cristão e nietzschiano? Seria possível que dois platôs de intensidades bastante diferentes assim, sendo quase um oposto do outro, seria possível pensar em sujeito assim?
Wellington diz que é possível sim, pois na filosofia nietzschiana onde existe uma essência do pluralismo, pode-se pensar e viver diversas coisas a partir daquilo, porque essas linhas de pensamentos não se preocupam com respostas estabelecidas a priori. Rubens adiciona dizendo: é possível, sim, se não levados ambos ao extremo. A partir disso, Paulo diz que os escritos de Nietzsche lhe parecem muito atual, e faz uma relação de como a moral contemporânea cria modos para subjetivar uma grande parte da sociedade. Pois por conta de tradições criadas, pessoas em nome de uma moral maior se limitam de viver certas experiências, e entendem Deus enquanto julgador. Ainda com Paulo, ele nos diz um pouco sobre a história de Jesus, dele na terra, que vivia sempre os mais pobres, os miseráveis, mas, capturaram alguns de seus pensamentos e transformaram em uma moral, uma moral que julga e pune. Rubens incrementa dizendo que, poderiam fazer isso em outras áreas também, como na Educação, ao transformar pensamentos em verdades, e que devemos tomar certos cuidados ao operar com a filosofia da diferença. Ou seja, qualquer pensamento, seja o mais revolucionário possível é apto de ser capturado e engessado, transformado em verdades absolutas.
Todavia, João Pedro realiza uma pergunta à Paulo, questionando-o sobre a tal atualidade de Nietzsche. Paulo entende que esta atualidade é amarrada com o tempo, e com as representações, representações de discursos, pois, na época em que ele escreveu, as coisas de um modo geral eram muito mais seletivas à quem iria receber, e na medida em que temos acesso a diversos discursos, assim se faz uma pluralidade de saberes. Porém, foi ele quem dá início com o pensamento da diferença. Aos emaranhados de ideias expostas no texto e na discussão, Maria Clara, resgata uma questão sobre a vida trágica, onde, no jogo da pluralidade, uma coisa pode também ser muitas outras. Isto é, todo objeto está inserido em um contexto maior e, o significado é sempre arbitrário.
Alegria é a força movente, é potência, vontade de vida, o que Nietzsche afirma no texto, e não sorrir, Rubens coloca este ponto ao grupo. Voltando à pergunta aberta por Clayton, Rubens coloca que: dependendo dos graus que você estabelece com uma cosmovisão, ser cristão e nietzschiano, e diz que a vida não precisa ser sofrida.
Ao decorrer da discussão, foi pautado o acaso, que é bastante abordado no texto, onde, o acaso é o que ocorre sempre ao encontro, na imprevisibilidade, nas singularidades do encontro. Rubens pensa isso com a aprendizagem, e realiza uma analogia de um jogo de futebol, pois, toda partida ocorrem os acasos, o imprevisto, não pouco frequente acontece de times com jogadores menos conhecidos da outra equipe ganhar o jogo, e, algumas pessoas chamam de “subverter a lógica”. Assim, acontece com a aprendizagem também, mas, como Rubens coloca o professor faz parte da partida, joga-se junto, ele também toca na bola, realiza passes, marca, pois, isso está imerso em relações de poderes, e dentro da aula o professor exerce mais poder, claro que existem sempre momentos específicos à isso.
No acaso existe uma necessidade, e necessidade no acaso, relações imbricadas que acontecem juntas, João Pedro cola essas questões, e pensa com o exemplo do jogo de futebol, pois, há certas necessidades em um jogo, ou seja, não é tudo acaso, pessoas treinam para isso, fazer jogadas ensaiadas e dentre tantas outras coisas de um jogo. Por essa via, isso nos tangencia à pensa a aprendizagem, pois, ela não acontece apenas dos acasos, às aulas possuem certas necessidades, necessidades de ensinar algo, estão imersas em políticas maiores. Elder pensa isso como um possível pista no documento de “pistas da aprendizagem”, pois, assim como a recognição e invenção acontecem juntas, e elas coexistem em uma com dependência da outra e existem momentos de intensidades de uma e de outras. Mas, João e Rubens pensam que o documento têm algo assim, porém, deixam a dica de anotar e tentar complementar alguma.
Com os acasos ao decorrer do encontro, esbarramos em um conceito de bastante valor no texto, sobre o pensamento trágico, o que seria trágico em Nietzsche. Entendemos o trágico enquanto aquilo que não controlamos, como por exemplo, uma vida é trágica, não só vida, mas, talvez, diversos momentos da vida. Clayton, vê um nó sobre a “contra dialética” pois, para ele pensar isso: criticar uma dialética, não seria pensar ou pressupor outra? João, propõe pensar o trágico com alegria e sofrimento, mas, como pensar isso além da moral cristã? É possível? Ele entende o trágico como afirmação do acaso, da vida que acontece, afirmar a potência da multiplicidade, e diz que o trágico está além do bem e do mal, não precisa ser classificado. E, ainda como uma das possíveis respostas que ele levante, diz que, talvez seja preciso renascer para além da consciência moral.
Deste modo, por conta do horário, encerramos nosso encontro às 12:00, mas com aquele clima no ar de que, se houvesse mais tempo, ficaríamos. Ressaltamos aqui, alguns pontos mais importantes do encontro, e, claro, a partir da pessoa que vos escreve aqui:
·         É possível ser cristão e nietzschiano?;
·         Pensar o acaso, necessidade e o trágico com a aprendizagem;
·       Na Filosofia da Diferença também existe uma essência, aqui, uma essência nômade, movente, questionadora, da pluralidade, entre as multiplicidades;
·         Pensar em uma “contra dialética” não seria pressupor outra?;
·         Filosofia Nietzschiana afirma a vida;
·         Afirmar a vida permite ferir a vida do outro?




Um comentário:

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